Desde o seu nascimento, o Surrealismo esteve presente que não queria ser uma doutrina, um sistema. A sua ambição, ao mesmo tempo mais elevada e mais decisiva, foi promover uma "forma nova de sensibilidade" orientada para os movimentos secretos da alma, para todos os lugares interditos da paixão e do imaginário. Na medida em que colocava a poesia no centro de tudo, o Surrealismo não podia deixar de se servir da arte como de um meio próprio para torná-la visível e palpável. A sua influência sobre a nossa época é de extrema importância e só agora se está a começar avaliar a sua verdadeira amplitude. Um autor como Sarane Alexandrian, que foi amigo de Breton, mas também de pintores como Magritte e Picabia, estava particularmente indicado para traçar as etapas de uma experiência do género e precisar seu enorme contributo em todos os domínios da criação artística: pintura, arquitectura, e também colagens, assemblages e objectos. Modelo insubstituível para todos os que vêem na arte não a procura de uma estética, mas o uso dos estados inefáveis do ser e dos mistérios do universo, o Surrealismo permanece vivo e a sua actualidade é de sempre.