O testamento francês

O testamento francês Andreï Makine


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O testamento francês





Um moço que vive na França nascido na Sibéria criado em Moscou onde se formou em letras e que durante vários anos ia passar as férias com a avó Charlotte que lhe falava em francês e lhe contava do país de Albertine vinda outrora de Paris no tempo em que o último czar visitou a França. No tempo em que o Sena transbordava em que as pessoas entravam vindas de barco pelas janelas dos apartamentos em que a cidade surgia da água como a Atlântida. Paisagem de graciosos fantasmas que desenham um friso sem data na memória de uma senhora sempre bela que recita Nerval e de duas crianças que vêem Felix Faure como um extraterrestre morto de amor e sonham na estepe. Um lindo relato construído como um jogo de espelhos que devolvem um para o outro reflexos irisados. Reflexos da estepe que floresce durante todo o verão. Reflexos da pátria longínqua em que as palavras bordam um sonho secreto e amores mortos; em que umas pedrinhas numa bolsa antiga recordam a felicidade perdida; em que jornais amarelados numa mala velha ressuscitam por um instante batalhas e festas esquecidas. Claro-escuro onírico em que uma senhora doce e bela como uma mocinha vai dotar uma criança de lembranças que se tornam suas que lhe constroem uma dupla personalidade. Ao chegar às últimas páginas o leitor crê que tudo já foi dito que nada mais pode mudar mas elas trazem uma derradeira e trágica burla da vida. Um livro comovente.

Romance

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