Os Estados Unidos no Desconcerto do Mundo

Um panorama das principais alterações promovidas pela política externa dos Estados Unidos na última década, esta obra reúne seis ensaios analíticos. Nos textos, o autor aborda os novos dilemas da diplomacia norte-americana frente às mudanças do cenário político e econômico global no período e a manutenção, por Barack Obama, das linhas mestras da estratégica adotada por seu antecessor, George W. Bush. No ensaio que abre o livro, Cruz explicita o cenário em que se baseia para interpretar a atual orientação da política externa norte-americana. Para isso, ele retoma os anos subseqüentes à queda do muro de Berlim e à desagregação, rápida e incruenta, do bloco soviético, que sugeriam um horizonte aberto à prosperidade e à influência dos Estados Unidos. E mostra como a cena se modificou a partir do começo dos anos 2000, com a ascensão dos países representados no acrônimo Brics, em especial a China, o atentado de 11 de setembro, as intervenções militares no Afeganistão e no Iraque, a crise econômica de 2008. O segundo texto aborda o embate de duas tendências sob a nova ordem. Uma delas posiciona-se pelo aumento da concentração de poder em escala global, na figura dos Estados Unidos, algo que seria indispensável para a resolução de problemas como o controle de armas de destruição em massa, o desmonte de regimes ditatoriais e o combate ao terrorismo. A segunda tendência, oposta, busca a multipolaridade e a redução do desequilíbrio de poder entre os Estados. O terceiro ensaio analisa três acontecimentos marcantes de 2008 e seus desdobramentos: a crise financeira internacional, o fracasso da Rodada de Doha e a reação da Rússia ao ataque do exército da Geórgia. O texto posterior trata da relação da Índia com os Estados Unidos, à luz das negociações do comércio global e das necessidades do desenvolvimento local. Os ensaios que fecham o volume refletem sobre as medidas adotadas por Barack Obama no campo internacional, salientando que, apesar das diferenças em relação a Bush, o presidente democrata não alterou a política externa de forma significativa.