Frei Terry Dunn era um controverso missionário americano da ordem de São Martin dos Porres. Em Ruanda, onde ele morava, só rezava a missa de vez em quando, e ouvia as confissões se tinha vontade, alem disso suspeitavam que ele e a sua governanta eram mais do que patrão e empregada.
Na verdade, Terry não era padre coisa nenhuma. Ele estava sendo acusado de contrabando de cigarros, e acabou fugindo dos Estados Unidos para a paróquia de um tio, frei Toreki. Ao longo dos cinco anos que permaneceu em Ruanda, ele presenciou cenas de genocídio, conseqüência da terrível guerra civil travado entre as etnias Tutsis e Hutus, e com a morte do tio, passou a substitui-lo.
Depois de receber a notícia do falecimento de sua mãe, Terry decide voltar para Detroit, planejando executar um grande golpe. A idéia era passar de paróquia em paróquia, e enganar os fiéis pedindo contribuições para os pobres órfãos de Ruanda, de quem o suposto missionário tinha fotos de partir o coração. O que Terry não podia imaginar é que se envolveria com Debbie Dewey, uma ex-presidiária que pretendia se vingar do ex-marido, por quem fora habilmente enganada. Juntos, eles acabariam aplicando um golpe muito maior do que o previsto, arrancando dinheiro até da máfia.
Órfãos de Ruanda não nega a fama do autor, Elmore Leonard, conhecido por seus romances violentos e cativantes. Cheio de reviravoltas, o livro narra com bom humor e agilidade uma história surpreendente e imprevisível. Terry se utiliza da muita lábia, driblando capangas e mafiosos, e passando a perna até na própria namorada, tudo para conseguir por a mão em duzentos e cinqüenta mil dólares. O livro ainda retrata cenas de genocídio em Ruanda, fugindo um pouco dos cenários clássicos dos romances do autor, como Florida e Detroit.