Os Upanishades (Grandes Obras / Livros de Bolso Europa-América #317)

A palavra UPANISHADE, do sânscrito Upa-ni-shad significa uma sessão, uma instrução, a lição sentado aos pés do mestre. Quando lemos nos Evangelhos que Jesus

Subiu a um monte: e, depois de se ter sentado, aproximaram-se dele os seus discípulos, podemos bem imaginá-los sentados aos pés do Mestre, e todo o Sermão da Montanha pode ser considerado um Upanishad.

Os UPANISHAD são estudos espirituais de extensão variável, e os mais antigos foram compostos entre 800 e 400 A.C. Cerca de 112 foram impressos em sânscrito, fazendo uma antologia com uma extensão semelhante à da Bíblia.

Aqueles que os compuseram eram, pensadores e poetas. Os UPANISHADES dizem-nos que o estudo é necessário para trazer até nós frutos de uma Sabedoria Antiga, mas só uma elevação de pensamento e emoção pode ajudar-nos a apreciá-los e a dar-lhes vida.

Uma das mensagens é que o Espírito só pode ser conhecido através da união com ele e não através de simples estudo. E será que o saber, por maior que seja, nos pode fazer sentir o Amor, ou ver a beleza, ou ouvir as “Melodias Desconhecidas”? Alguns vêem apenas a variedade do pensamento nos UPANISHADES, não a unidade subjacente.

O Espírito dos UPANISHADES é o Espírito do Universo. O espírito que tem por base Brahman, é o próprio Deus. O cristão deve sentir que Brahman é deus, e o hindu deve sentir que Deus é Brahman. A menos que um sentimento de reverência, independente das barreiras dos nomes, possa ser sentido em relação ao Inefável, então é verdadeiro o que se diz nos Upanishades: “As palavras são mero aborrecimento”.

Estes textos revelam a paradoxal variedade e unidade, as grandes questões e as respostas simples, a sabedoria espiritual e a imaginação romântica destes “Himalaias da Alma”.

A nossa vida é tão pouco negligenciada nos Upanishades que das nossas acções durante esta vida depende a nossa vida futura, e até a vida eterna.

“observai o Universo na glória de deus; e tudo o que vive e se move na Terra. Deixai o transitório e procurai a alegria do Eterno; não deixeis o coração prender-se às possessões de outrem”.
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