Ricardo Gontijo tem a inquietude de espírito que caracteriza quatro espécies humanas: o mineiro, o jornalista, o escritor e o aquariano. Não poderia ser outro, portanto, o seu roteiro de vida. Passou por umas duas dezenas de redações, entre jornais, revistas e emissoras de tevê, além de assessorias de imprensa; produziu em dois casamentos quatro filhos, aos quais gosta de acrescentar os quatro livros dados à luz antes deste; e, por pura inadvertência, às vezes troca o Rio por São Paulo, mas sempre mantendo as raízes nas Mantiqueiras. Fora o papo de botequim, é difícil tirá-lo de casa quando tem um bom livro diante dos olhos, Mozart na eletrola (um vício de geração...), e o velho escocês à mão. Essa prática introspectiva aprendeu com a asma, embora a boemia jornalística o tenha atirado à agitação de uma vida cheia de aventuras, até na transamazônica, sua estréia nas estantes e o seu primeiro Prêmio Esso(houve um segundo).
Aprecia a natureza mas se considera um bicho urbano, por vício de origem. E ainda acredita no socialismo, esse utopista incurável.