Num texto dedicado à obra de Chico Buarque de Hollanda, Leonardo Boff escreveu que o compositor procurou “dignificar a gente humilde”. É verdade. Em suas canções encontramos e reencontramos pivetes, vagabundos, pedreiros, operários, pequenos funcionários, prostitutas, travestis, retirantes a quem, como o afirma Adélia Bezerra de Meneses, o compositor dá “voz e vez”. Ora, dar voz e vez a alguém é, sem dúvida, resgatar sua dignidade. “Dorme gente fina, acorda pinel”, canta ele. Porém, o tema da dignidade em Chico não se esgota nessa valorização da chamada “gente humilde”: ele é recorrente e se apresenta de diversas maneiras. O objetivo do pequeno texto que se vai ler é justamente identificar e destacar algumas dessas maneiras que dão à referida obra um peso moral e ético...
Música / Psicologia