"Ele era poeta como quem se afoga. Nas suas noites, sempre a poesia, subitamente a vazar de encanamentos mal soldados em suas pernas e seus braços, e a invadir-lhe a casa, perseguindo-o da sala para o quarto, do quarto para o banheiro, do banheiro para o escritório, onde exausto ele acabava por se trancar. E seu corpo vasto, já agora reduzido pelas dolências, subia boiando nível das águas até o emparedamento total e a asfixia, como nos antigos suplícios por afogamento em recinto fechad...
leia mais