Paraísos artificiais, de Charles Baudelaire (1821-1867), reúne dois ensaios realizados pelo poeta seguindo o seu interesse pelos chamados "estudos de exaltação atingidos" pelo uso de drogas, especialmente as que estavam em voga na época: o ópio e o haxixe.
Este livro teve origem no poema em prosa publicado em 1851 no Messager d'Assemblé chamado Do vinho e do haxixe (incluído no final deste volume). Dez anos depois, o autor de Flores do mal (publicado e apreendido em 1857, esteve proibido até 1924 na França, período em que se vendeu milhares de exemplares clandestinamente) desenvolveria o tema em duas partes: O ópio e o Poema do haxixe. No Ópio, Baudelaire comenta e analisa o livro de Thomas de Quincey, Confissões de um comedor de ópio, de quem foi o tradutor e grande admirador.
No Poema do haxixe, o poeta fala sobre os efeitos da droga baseado em suas experiências e na convivência com poetas, pintores e jovens intelectuais franceses, que se reuniam no Club des Hachichins, no Hotel Pimodan, onde residia Baudelaires em Paris.