A vida de Pier Paolo Pasolini, narrada em forma de romance, na primeira pessoa, por Dominique Fernandez, é um dos exemplos mais característicos da profunda identificação entre biógrafo e biografado que se faz necessária par que a biografia deixe de ser apenas um relato frio e impessoal, e adquira a alma e o fogo que podem fazer dela uma obra-prima. Nesse processo de identificação, o autor foi descobrindo ângulos de sua própria personalidade, e dos quais ainda não havia tomado consciência: o biógrafo acabou revelando-se também. O resultado foi uma obra que nada tem de convencional. E que traça, ao mesmo tempo, um amplo painel da vida contemporânea da Itália, país cuja existência tragicamente marcada pela ditadura.
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