Pensar sem corrimão

Pensar sem corrimão Hannah Arendt


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Pensar sem corrimão


Compreender (1953-1975)




O livro Pensar sem corrimão de Hannah Arendt reúne textos dispersos, muitos deles inéditos, de 1953 — dois anos depois da publicação de Origens do totalitarismo —, até o ano de sua morte, em 1975. Cobre, dessa forma, um longo período em que a autora produziu o principal de sua obra. São textos com propósitos e estilos muito diferentes. Alguns são projetos de pesquisa, como o primeiro deles, dedicado a Marx, outros são estudos que depois se tornariam ensaios, como Autoridade no século XX ou a série sobre o significado das revoluções modernas. Há ainda resenhas, discursos, homenagens a amigos, como o filósofo Martin Heidegger e o poeta W. H. Auden, artigos breves publicados em jornais sobre os acontecimentos da época – a exemplo do assassinato de John Kennedy –, e um importante conjunto de entrevistas, que, de forma mais espontânea, trazem esclarecimentos sobre a obra e a vida da autora.

Pensar sem corrimão” foi a expressão usada por Hannah Arendt para qualificar seu próprio modo de pensar. Ela reconheceu que no tempo em que viveu (e no qual, de algum modo, vivemos ainda hoje) já não estavam disponíveis as diretrizes legadas pela tradição para nos orientar no caminho do pensamento. Hannah Arendt é uma pensadora da crise – não apenas da tradição intelectual, mas das instituições políticas e, possivelmente, da própria civilização do Ocidente.

Entre os textos recolhidos neste livro, muitos se debruçam sobre as várias rupturas ocorridas no século XX, com as quais a autora se defrontou. Entre elas, a mais dramática levou ao aparecimento dos regimes totalitários. Assim como aconteceu com os autores de quem esteve próxima, como Heidegger e Walter Benjamin, Hannah Arendt experimentou a crise da tradição como desorientação, mas também como oportunidade de um novo começo. Isso se deu no domínio do pensamento, quando a ausência dos critérios tradicionais motivou uma visão renovada de todas as questões.

Poderia acontecer também no âmbito da política. Com a derrocada das instituições políticas tradicionais, apresentou-se o desafio de inventar novas formas de convívio entre os homens. O conjunto de textos dedicados às revoluções modernas, aproveitados em parte no livro Sobre a revolução (1963), apontam nessa direção. Entre eles se destaca nesta edição o estudo sobre a Revolução Húngara de 1956 – um capítulo de Origens do totalitarismo que acabou excluído do livro.

No nosso tempo cheio de incertezas, quando não acreditamos mais nas lições legadas pelo século XX, as ideias de Hannah Arendt se apresentam como um estímulo para começar a pensar o mundo de forma desimpedida e, quem sabe, a cogitar a criação de novas formas de organização política.

Ensaios / Filosofia / Política

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