Esta "Pequena história da República" foi pensada originalmente para o concurso promovido pela revista Diretrizes, em 1939, cujo objetivo era a premiação de um texto que contasse, para crianças, a história de nossa República, em comemoração aos 50 anos de sua proclamação. O texto, que não chegou a ser inscrito no concurso, viria a ser publicado em "Alexandre e outros heróis".
Com a publicação de "Vidas secas", Graciliano Ramos havia encerrado um ciclo. A pesquisa que viera desenvolvendo tinha atingido um patamar difícil de ser superado. Vidas secas criaria, para o escritor, uma situação de impasse. Avançar além daquele ponto lhe parecia empreitada quase impossível. Talvez valesse tentar uma mudança de rota, recomeçar do zero, pondo de lado o que fizera até ali. Optando por um campo de experimentações que lhe permitiria talvez maior descontração, decidiu realizar experiências de literatura para jovens.
Abordando a queda do Império e a evolução da chamada República Velha, "Pequena história da República" é uma espécie de crônica histórica. O tom irreverente, acentuado na primeira parte, é muito semelhante ao do famoso relatório do prefeito de Palmeira dos Índios, dirigido ao governador do estado, que iria possibilitar a descoberta, pelo editor Augusto Frederico Schmidt, do escritor Graciliano Ramos.
Ficção / Literatura Brasileira