«Antes de escrever é preciso viver», disse em certa ocasião Saint-Exupéry. Tinha nessa altura 26 anos. Cedo se determinava o rumo da sua vida.
Desde o Saará a Buenos Aires, depois na guerra de Espanha e na guerra mundial, em Argel e Nova York, como piloto e como jornalista, Saint-Exupéry foi transmitindo aos homens as suas experiências.
A segunda Grande Guerra foi encontrá-lo em pleno prestígio de aviador e escritor consagrado. Mobilizado no posto de capitão, os seus amigos ainda tentaram afastá-lo do campo das operações, mas a Saint-Exupéry repugnava a situação de mero espectador do grande drama. «Que sou eu se não participo?»
É desta época o PILOTO DE GUERRA, que revela a plena maturidade do escritor. Não é uma novela nem um poema. É uma paisagem interior de um homem nascido para ver o mundo de cima para baixo, implantado naturalmente num céu terrestre para quem as luzes das cidades são como as estrelas que brilham no céu para o comum dos mortais...
A libertação da França arrastou-o de novo ao seu avião. Até que a 31 de Julho de 1944, em missão de reconhecimento sobre Grenoble e Annecy, se perdeu definitivamente, sem que fosse possível encontrar os restos do seu avião.
PILOTO DE GUERRA é a causa perdida da França no que ela tem de humano, de heróico e de burlesco... E descobre-nos o sentir de um homem em cumprimento de uma autenticidade literária, absorta na experiência da acção, assimilada parágrafo a parágrafo pela ascética humana do risco e da audácia, incompatível com a criação não vivida, com tudo aquilo cujo destino não seja o da própria vida...
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