Em Os planetas, Dava Sobel aborda de forma inventiva as origens e peculiaridades dos membros da família do Sol . Informações astronômicas que poderiam soar árduas ao público leigo - pressão atmosférica, tipos de gases, velocidade de ventos, bem como temperaturas, distâncias e medidas de tempo cujos números, inimagináveis, alcançam a casa dos zilhões - ganham aqui uma boa dose de encanto. A autora recorre às lentes da mitologia, da música, da poesia, da astrologia e da ficção científica ao descrever esses mundos distantes e ao narrar as peripécias de personagens históricos como Kepler, Galileu, Halley e outros investigadores pioneiros. Cada capítulo tem um estilo próprio e é dedicado a um ou mais planetas, além do Sol e da Lua. Em meio a poemas sobre Vênus, musa de poetas como Keats e pintores como Van Gogh, ficamos sabendo que a beleza da chamada estrela da manhã é muito mais selvagem do que se supunha, devido às violentas erupções dos vulcões venusianos. O capítulo sobre Marte, por sua vez, é uma homenagem à literatura de ficção-científica, a começar pelo inesperado narrador; um meteorito marciano que caiu há 13 mil anos nas planícies de gelo da Antártida e que, depois de ser descoberto por cientistas terráqueos em 1984, tornou-se o pedaço de pedra mais estudado de todos os tempos . Já no caso de Plutão, a autora, convidada a integrar o comitê internacional que se reuniu este ano para decidir o destino do planeta, comenta a sua exclusão do cadastro planetário e seu novo status de planeta anão , encarando-o não como um rebaixamento inglório, mas como uma homenagem à diversidade maior de um Sistema Solar expandido.
Não-ficção