Para Chambry, as verdadeiras intenções de Platão ao escrever "Parmênides", que tem sido objecto de tantas controvérsias, podem ser divididas em duas linhas opostas. Acentua que Proclo já dizia que "alguns, em seu comentário sobre "Parmênides", em nada se preocupam com o título do diálogo (das formas) e consideram-no como um exercício lógico. Dividem o diálogo em três partes: a primeira encerra a exposição das dificuldades da teoria das formas; a segunda contém, em resumo, o método ao qual devem aplicar-se os amigos da verdade; a terceira dá um exemplo dêsse método, a saber: a tese dda Parmênides sobre a unidade. A primeira parte tem por objecto mostrar quanto é necessário o método explicado no diálogo, pois Sócrates devido à pouca experiência dêsse método, não pôde sustentar a teoria das Formas por verdadeira que seja e por vivo que seja o seu ardor. Quanto à terceira parte, ela nada mais é que um modêlo que nos mostra como é mister exercitar-se por êsse método. Tal é a opinião dos que pensam que o fim do diálogo é puramento lógico. Quanto aos que pensam que o fim é, por assim dizer ontológico, e que o método não está aí apenas para servir às próprias coisas, embora êsses dogmas misteriosos sejam colocados sòmente para a inteligência do método, dizem que nunca Platão estabeleceu teses para conduzir a exposição de um método, mas que serve de tal ou qual, segundo a necessidade do momento"...
Filosofia