Platónov

Platónov Anton Tchekhov


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Platónov (Campo do Teatro)


Peça em quatro actos




ANNA PETROVNA: Quem é, que espécie de homem, em vossa opinião, é esse Platónov? É um herói ou não?
GLAGÓLIEV 1: Como lhe hei-de dizer? Acho que Platónov é o melhor exemplo da moderna indefinição… É o herói do melhor romance moderno, infelizmente ainda por escrever…
(Ri-se.) Por indefinição subentendo o estado actual da nossa sociedade: o literato russo sente essa indefinição. Está num beco sem saída, desorientado, não sabe a que se há-de agarrar, não compreende… É difícil compreender todos esses senhores! (Aponta para VOINÍTSEV.) Os romances são péssimos, artificiais e triviais até mais não… e não admira! Está tudo extremamente misturado, confuso… E eu acho que o nosso inteligente Platónov é um exemplo expressivo dessa indefinição. Ele está de boa saúde?
«Demasiado longa, demasiado violenta, demasiado imperfeita. "Platónov" conviveu sempre de perto com o excesso e o falhanço. Peça inaugural de Anton Tchékhov, escrita com a urgência de tudo dizer e tudo questionar, sucessivamente trabalhada e sucessivamente rejeitada, acabaria por ser resgatada da sombra ao longo do séc. XX. Isto porque talvez se possa dizer de "Platónov", a obra, aquilo que alguém diz nela de Platónov, a personagem: "É o exemplo acabado da moderna indefinição". Retrato em fuga de um grupo de trintões e quarentões desiludidos com uma sociedade que frustrou os sonhos da sua juventude? Celebração vital dos prazeres da culpa e da contradição? Ouçamos o nosso herói, num acesso de ironia e lucidez: "Ser jovem e ao mesmo tempo não ser idealista. Que depravação!". Nuno Cardoso propõe-nos uma leitura possível de um conflito irresolúvel (foi também esse um dos propósitos que o conduziram a "Woyzeck", outro clássico mutilado), acrescentando à sua já extensa galeria de 'beautiful losers' o corpo vacilante de um professor de província, um Hamlet com testosterona a mais, que assiste embriagado ao desconcerto do mundo…»
Teatro Nacional São João
O título desta peça, nunca representada nem editada em vida do autor, não lhe foi dado por Tchékhov. O texto da peça, editado pela primeira vez em 1923, aparece simplesmente indicado como "Peça Inédita de A.P. Tchékhov", porque no manuscrito do autor faltava a página de título. No entanto, surgiram várias referências ao título "¿¿¿¿¿¿¿¿¿¿¿" ("Bezotsóvschina", isto é, "Órfão de Pai"). Mas em todas as edições posteriores e em todas as montagens da peça, o título que surge é o nome da personagem principal: Platónov.
(Nota do tradutor)

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