Quando Mário Donato lançou Presença de Anita, em 1948, vivenciou dias de glória e de muita polêmica. Aclamado pela crítica como inovador, ousado e erótico, o livro provocou a ira da Igreja que ameaçou excomungar o autor . Um grupo de senhoras de Campinas organizou um abaixo-assinado contra a publicação e seu criador, tornando Donato persona non grata em sua cidade natal.
Presença de Anita narra a história de um pacto de morte entre dois amantes - Anita, uma ninfeta de 17 anos, linda e sardônica, despertando para os prazeres do sexo, e Eduardo, um quarentão, casado, pai de dois filhos. É ele quem faz a proposta - "(...) só vejo um caminho: morrermos juntos duma vez!" - e ela aceita sem titubear. Depois de mais uma jornada de amor, eles decidem que chegou o momento de consumar o fato. Mas, numa armadilha implacável do destino, nem tudo sai como eles planejaram.
Numa narrativa vertiginosa, Mário Donato constrói uma trama engenhosa, inquietante e sedutora que captura a atenção do leitor logo no primeiro capítulo. Tornamos-nos quase-cúmplices de Eduardo e sua obsessiva busca pelo amor idealizado, projetado na figura de "Cíntia" - criada por sua imaginação adolescente e que ganha forma em seus desenhos. Em cada mulher que cruza o seu caminho, ele procura traços e características daquela que é a sua razão de viver, mas se depara o tempo todo com "quase-Cíntias". Eduardo conseguirá realizar seu sonho e ter em seus braços a Cíntia-desejada? Será "Anita" a mulher que ele tanto procurou?
Ficção / Literatura Brasileira / Romance