Prosa Poética

Prosa Poética Arthur Rimbaud


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Prosa Poética





Vagabundos

Lastimoso irmão! Que vigílias atrozes eu lhe devo ! "Não me empenhava fervorosamente nesta empresa. Divertia-me com sua insegurança. Por minha culpa votaríamos ao exílio, à escravidão!" Ele me atribuía um azar e uma inocência muito extravagantes, e acrescentava razões inquietadoras.
Eu respondia com sarcasmos a esse doutor satânico, e acabava por chegar á janela. Criava, para além dos campos atravessados por bandas de música rara, os fantasmas do futuro luxo noturno.

Após essa diversão vagamente higiênica, estendia-me num catre. E, quase toda noite, mal eu adormecia, o pobre irmão se levantava, boca apodrecida, olhos injetados - como ele se sonhava! - e vinha despejar sobre mim na sala aos berros seu sonho de sofrimento idiota.
Empenhara-me, efetivamente, com toda a sinceridade d´alma, em revertê-lo ao seu estado primitivo de filho do sol, - e errávamos, alimentados de vinho das cavernas e as torradas do caminho, eu na ânsia de atingir o lugar e a fórmula.

Edição Bilíngue.

Contém as obras "Uma Estadia no Inferno", "Iluminações", "Um Coração sob a Sotaina", "Os Desertos do Amor", "Prosas Evangélicas"

Poemas, poesias / Literatura Estrangeira

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Carla Porto
editou em:
05/06/2016 02:25:00

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