É bem conhecida a afirmação de Dostoiévski sobre os poderes relativos da literatura e da psicologia. Para ele, um psicólogo jamais alcançaria a eficácia do escritor: é na literatura que encontramos um retrato acurado da mente.
Mas mesmo para aqueles que reivindicam superioridade para um desses dois pólos, uma coisa é certa: psicologia e literatura partilham uma ampla fronteira e guardam inter-relações
significativas. Essa convivência, ao mesmo tempo conflituosa e complementar, é estudada por Dante Moreira Leite em vários de seus ângulos.
Neste conhecido e influente ensaio, ênfase particular é dada à questão da criatividade, à avaliação de vertentes psicologistas (junguiana, psicanalítica etc.) da análise literária e aos processos psicológicos associados à leitura e ao autor.