mpettrus 06/12/2023
O Amor está no ar em uma viagem a Paris
?Existe essa ideia de que se você não for hétero, você tem que contar imediatamente para toda a sua família e amigos, como se você devesse isso a eles. Você não precisa fazer nada até estar pronto.?
?Os dois volumes anteriores da série lançaram as bases para o relacionamento de Charlie e Nick. Neste volume, os leitores testemunham o seu relacionamento florescendo ainda mais, apesar da distância física e emocional que devem percorrer.
?A trama se passa no cenário romântico da cidade do amor: Paris. Aqui, Charlie e Nick exploram novas dimensões de seu relacionamento, ao mesmo tempo em que a autora destaca outros personagens que estão embarcando em suas próprias jornadas românticas.
?'Heartstopper: Volume Três' tratou de um tópico que muito chamou minha atenção: a intimidade. Em Paris, Charlie e Nick começam a abordar a intimidade e até onde estão dispostos a ir? e chegando perto de consumar o ato mais imundo das relações humanas.
Sim, pois como dizia Shakespeare: ?o s3x0 é uma imundície antes mesmo do fim?. Só esqueceu-se de enfatizar que é também um dos prazeres mais irresistíveis da história humana. Mas isso é outra discussão que não cabe aqui...
? É bom ler uma história que constrói o relacionamento em um ritmo mais realista e ter discussões francas e honestas sobre como se tornar íntimo do outro elevando os níveis de conforto na relação. É uma abordagem muito inteligente, cuidadosa e eu diria até que é um grande exemplo para os jovens de hoje.
? Estou farto de ler histórias de adolescentes que se apaixonam, se relacionam e semanas depois (às vezes muito antes) dormem juntos e é uma experiência mágica, incrível, fabulosa e impecável.
Sabem exatamente como agir, fazer e g0z4r. Juro, fico ?pretérito?. Isso é tão irrealista e impede que os personagens desenvolvam as bases de relacionamentos reais (amorosos e íntimos).
? Gostei que a escrita da Alice Oseman é surpreendentemente acessível, envolvente e cativante mesmo para uma história em quadrinhos. Não só a escrita e a narrativa, mas toda a habilidade que ela tem para conseguir transmitir a emoção certa em cada quadrinho no decorrer da história. Além, é claro, do ritmo sóbrio na narrativa nos poupando de informações desnecessárias.
? Confesso que adorei o romance entre os dois professores. Meu deus era tão fofo. O amor gay tardio na vida de homens e mulheres que não se permitiram viver suas histórias de amor na adolescência por medo de enfrentar as hostilidades do mundo contra suas existências me deixou emotivo.
Também é triste ouvir sobre o distúrbio alimentar e o corte de Charlie, mas também estou muito feliz por ele se sentir confortável o suficiente com Nick para se abrir sobre isso.
?Os personagens são simplesmente realistas e relacionáveis e muito bem definidos. O livro apresentou uma ampla gama de personagens únicos. A ampla representação de personagens e dos valores que carregam é louvável. Testemunhar algum desenvolvimento e crescimento de caráter foi um sinal positivo.
Oseman fez todo o possível para dar aos personagens o espaço necessário para se estabelecerem e se compreenderem melhor, desenhando muitas ilustrações fascinantes. Isso é verdadeiramente inspirador. E eu gostei e gostei de ler sobre isso.
?Esse volume tratou de tantos tópicos importantes de uma forma tão impressionante! Alice Oseman tem um jeito de lidar com questões muito difíceis, como saúde mental e bullying, de uma forma que vai partir seu coração... e depois recompô-lo tudo novamente!
Acredito que qualquer leitor pode encontrar pelo menos um personagem com o qual se identifique, e isso é simplesmente lindo!
? Oseman faz a escolha de apresentar a ideia de que Charlie se automutila e tem anorexia. Fiquei bastante chocado. Ambos os tópicos são muito sérios. Estou me preparando para saber como ela vai lidar com isso. A anorexia não pode ser curada, ponto final, mas também não pode ser posta em remissão por um namorado gentil e solidário e algumas risadas.
? A maioria dos problemas neste livro é resolvida tendo um namorado gentil e solidário e sorridente. A anorexia é um inferno. O inferno nem sequer começa a descrevê-lo, na verdade.
E Charlie está se cortando. Confesso que me incomodou supor que Oseman vai adotar a narrativa de que o amor tudo cura. Espero de verdade que ela não cometa esse sacrilégio.
?O Amor está no ar em uma viagem a Paris, mas ele não pode ser usado como uma panaceia salvacionista para problemas tão graves e irreversíveis como os de Charlie. Dito isso, que o volume quatro da série me surpreenda mais ainda.