O Horror de Dunwich

O Horror de Dunwich




Resenhas - O Horror de Dunwich


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Gárgula 11/03/2020

O Horror de Dunwich, a adaptação de Felipe Castilho e Fred Rubim
A sinistra trindade: Lovecraft, Castilho e Rubim
O Horror em Dunwich é um conto clássico de H. P. Lovecraft, o qual agora recebe mais uma adaptação, desta vez pela talentosa dupla Felipe Castilho, que assina o roteiro, e Fred Rubim nas artes. Uma publicação da Editora de Cultura.

Sem dúvida alguma uma sinistra trindade que se juntou para dar vida a um conto sinistro!

Dunwich – um rápido tour
Para quem não conhece o conto (indico ele por ser um relato incrível), ele se passa na pequena e esquecida Dunwich, uma cidade isolada no Vale do Miskatonic. Ali naquele lugar, uma antiga família, os Whateley, são residentes de alguma forma tradicionais da região.

Em suas histórias familiares, a família se divide em dois ramos: um deles sendo mais “normal” (se podemos usar essa palavra) e o outro um tanto quanto decaído e estranho, famosos por casamentos consanguíneos. Imagino os relatos reais e pavoroso de famílias interioranas que inspiraram Lovecraft na criação dessa família e da própria Dunwich.

Nesse estranho cenário e, exatamente com Whateleis do ramo estranho da família, que a história se desenrola, narrada pelo famoso Professor Armitage. Ele nos narra os eventos e faz um relato corajoso do incidente até seu desfecho.

O Horror de Dunwich ganha vida
Voltamos a adaptação de Castilho, que apoiada na arte incrível de Rubim, recria com maestria a atmosfera terrível do conto. O autor permite que a criação de Lovecraft ganhe vida pelo argumento adaptado aos quadrinhos, enquanto a arte icônica do artista cria o terreno fértil onde as sementes do terror são plantadas. Dois grandes talentos nacionais se unem ao gênio atemporal de Lovecraft, nos dando então a obra de arte O Horror de Dunwich.

Termino a leitura imaginando como somos sortudos por termos a oportunidade de estar vivendo em uma época tão importante, difícil e única da cena artística nacional. São talentos como os de Castilho e Rubim que nos presenteiam com uma adaptação magnífica como essa. Precisamos com certeza de todos vocês, sempre, para que as esperanças sejam renovadas pela cultura.

Conclusões finais
Emendo o pensamento na indagação de onde esses escritores e artistas vão parar e a resposta me surge ao mesmo tempo: não vão! Não podem parar! Suas criações maravilhosas nos fazem sonhar. Uma nação precisa da preciosa matéria dos sonhos para se reinventar.

Estou absurdamente feliz de ter lido esse material e tenho certeza de que de algum lugar Yog-Sothoth ficou bem orgulhoso de se ver ali.

Resenha publicada no blog Canto do Gárgula em 23/01/2020

site: https://cantodogargula.com.br/2020/01/23/o-horror-de-dunwich-a-adaptacao-de-felipe-castilho-e-fred-rubim/
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selvadelivros 01/05/2020

O dia em que amei Lovecraft.
Tenho um pezinho atrás com o Lovecraft, mas quando o Felipe Castilho disse “Carol, você quer ler O Horror de Dunwich?” Eu disse COM CERTEZA. -vamos todos fingir que foi exatamente assim que aconteceu e que a conversa mais próxima disso não ocorreu por e-mail-

Ver uma história do Lovecraft que é tão visual (pro Planeta Terra inteiro, menos pra mim) transformada em quadrinhos é uma experiência esclarecedora, digamos assim.

Os autores fizeram com que ficasse muuito mais fácil de compreender e conseguir realmente VER o que queriam que fosse passado pro leitor.

Gostei bastante do traço, acho que combinou perfeitamente com o terror cósmico. E adorei o fato dela ser em preto e branco, apesar de amar o coloridinho de Desafiadores do Destino, também do Sr. Castilho. Ok, ainda não sei escolher se prefiro P&B ou colorido.

O roteiro conseguiu manter a profanidade e potência da história original e nos deixa levemente angustiados no decorrer dos acontecimentos. Com aquele plot nada leve do final.

Talvez depois dessa HQ eu dê mais uma chancezinha pros originais do Lovecraft…

“Não por coincidência, nenhum animal morto foi encontrado nos dias seguintes.
Era como se o preço do ritual estivesse pago, por ora.”
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Paulo 26/04/2020

Já aviso logo no primeiro parágrafo o quanto as obras de H.P. Lovecraft não me agradam. Já li pelo menos 4 (inclusive a famosa O Chamado de Cthulhu) e não funcionou para mim. Preferência mesmo. Mas, preciso dizer o quanto eu curti esta adaptação do Felipe Castilho. Ele tornou uma história que eu não curto mais palatável. Se uma adaptação consegue fazer você gostar de uma história que normalmente você não gostaria, só isso já vale cinco estrelas. A junção com a arte do Fred Rubim ficou boa até porque ela combina com esse ar de terror. Quando eu li Le Chavelier nas Montanhas da Loucura já imaginava que veria alguma adaptação ou quadrinho baseado em Lovecraft desenhado pelo Fred em algum momento. Cá estamos.

Temos logo de cara o nascimento de uma criança em circunstâncias tenebrosas. O relato é contado em um tom quase mítico, com trovões caindo por toda a parte, um dia terrível que parece trazer maus auspícios. Nos é contada a história da família Whateley que tem o hábito de realizar casamentos endogâmicos (entre os membros da família). A cidade toda os enxerga como párias e após o nascimento de Wilbur isso se reforça ainda mais. A criança cresce em uma velocidade espantosa, causando o afastamento de todos em relação a eles. Mas, estranhos fenômenos começam a acontecer como o desaparecimento de crianças, o sacrifício de animais deixados mortos ao longo do caminho, a construção de estranhas adjacências na casa da família. Tudo parece convergir para algo tenebroso que pode vir a acontecer em breve.

O mérito da adaptação do Felipe é ele tornar leve um texto que eu considero pesado e carregado de floreios. Ele consegue usar bem a habilidade do Fred em construir cenários e cenas grotescas. Muitas vezes longos trechos do conto são traduzidos em alguns quadros. Isso não é só uma arte competente, mas um roteiro que consegue usar os pontos fortes do artista. Saber enquadrar, saber quando dizer, saber quando pular. Isso sem perder a mensagem do texto. O Felipe já comentou no Instagram que ele adaptou o texto fielmente e eu acredito nisso. Mas, hoje eu prefiro muito mais ler essa adaptação em quadrinhos do que o conto original e até faço um pedido encarecido para ele adaptar mais dos contos do Lovecraft em quadrinhos.

A arte do Fred é feita para esse tipo de obra. Ela tem todos os exageros e estranhezas que uma obra de terror pede. Eu já mencionei o quanto eu gosto da preocupação do artista com o fundo, mas aqui ele precisou trabalhar com uma palheta PB o que faz a sua arte aparecer mais. Se torna necessário trabalhar tão bem com o branco quanto com o preto. Mas, o que eu mais curti aqui foi como ele conseguiu transmitir bem as emoções dos personagens em um trabalho facial generoso. Esse é um conto que trabalha com as emoções de medo, apreensão, horror, nojo. E isso tudo está presente nos quadros. Sem falar nos designs de personagens grotescos que ele espalha pela história. Yog-Sothoth está macabro... e estamos falando do pai do Cthulhu na mitologia cósmica de Lovecraft.

Esse é um dos contos que exploram mais a mitologia cósmica do autor ao nos mostrar que existem famílias antigas que veneram os Antigos. E o quanto eles desejam voltar ao nosso mundo sejam por quais meios forem. Nesta HQ apesar de nos focarmos apenas em um fato isolado ocorrido em uma pequena vila no interior, algumas coisas aqui e ali aumentam o nosso conhecimento sobre essa mitologia. O estudioso que está atrás de pistas sobre Wilbur também é alguém que possui um contato íntimo com o Necronomicon e o estuda. Também é uma história que serve para construir o mito do escritor do livro demoníaco. A gente acaba acompanhando um final que é um pouco estranho, mas isso é do próprio conto do Lovecraft que termina tão subitamente.

Algo que sempre me incomoda nos contos do Lovecraft é o quanto ele é maniqueísta. Tudo é vista com o preto e branco. Não há meios termos. O que eu sinto falta em O Horror de Dunwich é uma explicação melhor para que a família Whateley deteste tanto o vilarejo além de "eles são adoradores dos Antigos" e "eles são ruins". Acho pouco e raso para algo que tem tamanho impacto na mitologia do autor. A narrativa como um todo é bem rápida e a história é facilmente compreensível. Tem toda aquela pegada de início do século XX, apesar de se passar em uma vila. Em alguns momentos senti que o Fred Rubim bebeu um pouco da arte do Andrea Sorrentino de Gideon Falls. Claro que no seu próprio estilo de desenho.

Gostei da HQ e eu sou muito fã desta dupla. Compro o que eles publicarem tamanha a qualidade dos dois. Para mim, o Felipe foi muito bem sucedido na sua tarefa de adaptar um conto clássico do Lovecraft. Conseguiu enquadrar bem os exageros e criar uma história realmente assustadora. A arte do Fred combina muito bem com a narrativa em si. Os exageros, os cenários, o horror latente. Tudo está ali, basta procurar um pouquinho. Vale a pena para os fãs de Lovecraft e até para quem não é lá muito fã como eu.

site: www.ficcoeshumanas.com.br
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tori 06/03/2023

Pprt queria entrar na mente desse homem pra ver como eh la dentro Pq eh impressionante pensar q ele escreveu um bglh desse Eh bizarro Eh de cair o queixo parece q eu to forçando mas na moralzinha eh um conto bizarramente envolvente e q te deixa ?_? Oi ? enquanto vc ta lendo
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