Emanuel 14/05/2021
Reanimator
Eu sempre tive a opinião de que, apesar de extremamente famosos, os contos de Lovecraft eram fracos. Não me entenda mal, o cara criou uma mitologia bem maneira, mas não consigo lidar com a sensação de que ele está me enrolando a todo momento. É sempre o monstro que não pode ser descrito, o terror incompreendido, etc.
Tendo isso em vista, de cara já me identifico com parte do texto introdutório de Rafael Campos Rocha, em que o mesmo fala sobre as obras desses autores do passado terem preparado o campo para que a galera nova possa produzir histórias impressionantes.
Essa sempre foi minha opinião: Dificilmente consigo gostar de um conto de Lovecraft, mas dificilmente leio alguma adaptação do mesmo que não me agrade. Com Reanimator não foi diferente.
O que aconteceria se alguém misturasse Reanimator do LoveCraft com Breaking Bad e colocasse uma dose enorme de perversão, violência, gore, sarcasmo e terror cósmico? Bom, é o que você vai descobrir lendo essa adaptação.
Nesse gibi de Juscelino Neco, o Dr. Herbert West na tentativa de criar uma formula para reanimar cadáveres acaba criando um tipo de viagra que, literalmente, levanta até defuntos. Depois de ser demitido por conta dos horrores que sua pesquisa causou, ele e seu parceiro começam a produzir a fórmula e vender como uma nova droga, e ai em diante a coisa começa desanda. Sobre o final? Bom, é Nova York, coisas estranhas acontecem.
A arte underground do e o humor acido sem pudor no mínimo é interessante. E não se engane achando que isso é besteirol, é possível ver ótimas técnicas de roteiro e arte aplicadas aqui, como usar a virada de página como artifício de causar impacto ao leitor por exemplo.
Reanimator apresenta uma história curta, divertida e pouco comum com uma boa pegada de ironia e acidez. É o tipo de coisa que a gente só vê publicado pela Veneta.
Ah! Só lembrando, o quadrinho é impróprio para menores de 18 anos.
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