Mister No: Revolução - Volume 3

Mister No: Revolução - Volume 3




Resenhas - Mister No: Revolução 3 - Amazônia


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Gabi 16/04/2021

Bom selvagem ou feroz canibal? Culpa da cultura pop
Recentemente, a banda francesa de death metal técnico, Gojira, lançou o single "Amazonia" que está no álbum "Fortitude"; este será lançado daqui 15 dias em 30/04/2021. No clipe e nas palavras da banda, essa música é uma forma de exposição dos problemas enfrentados pelos povos indígenas da região amazônica e pelos desmatamentos e outros infortúnios vividos pela floresta, em uma tentativa de gritar para o mundo uma necessidade urgente de intervenção e atenção humana à situação. Inclusive, todo o dinheiro arrecadado pela música será revertido a APIB, Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, uma atitude que achei muito interessante e importante. Em paralelo a isso, li umas matérias da BBC sobre nosso desmatamento, sobre as negações do atual governo a respeito do assunto, assim como leis que os ruralistas querem defender para protegerem seus negócios afetando essa terra e sua população. Dos apanhados ouvidos e lidos juntamente com a estória de Mister No, podemos sempre aprender muita coisa e de formas duras. Mister No é sempre um soco na cara e causa um mal estar tremendo depois. As estórias são ferozes, tristes, realistas e carregadas de racismo, preconceitos, xenofobias, sexo, drogas, entre tantas outras coisas que vemos até hj e n somente nos anos 70.
A frase do título da resenha é para se pensar em como, muitas vezes, o homem branco e os estrangeiros acham dos povos indígenas por conta da cultura pop, dos livros antigos e na própria crença popular: o povo indígena é um bom selvagem ou ferozes canibais? Essas questões são levantadas no caderno final, uma crítica por Gianmaria Contro chamado "Canibais, Perfurações e Mulher-Maravilha", aliás, muito interessante.
Esse volume vale a reflexão sobre o que pensamos sobre os povos indígenas de um modo geral, sobre o que consumimos para contribuir ao desmatamento e à matança desses povos e se há algo que podemos tomar de atitude positiva enquanto há tempo. Sem dar spoilers, a HQ vale muito como forma de reflexão.

Ps: uma crítica que tenho reparado muito - por que, toda vez que vejo estrangeiros falarem do Brasil em filmes, livros e afins sobre nosso povo e nossa língua, encontro incongruências gritantes? Na HQ, que se passa na Amazônia brasileira e não na Peruana, os moradores de Manaus falam castelhano e não português. Em quase todo filme americano vemos os estrangeiros querendo interagir com algum brasileiro, mas falando castelhano. Será que não fazem a lição de casa? Não sabem que o Brasil veio de uma colônia portuguesa e não espanhola, como os outros países? É a mesma coisa que um estrangeiro achar que Uruguai, Argentina e Chile é a mesma coisa, negando suas raízes, culturas e tribos. É um tiro no pé, além de ser ofensivo e cansativo, pra dizer o mínimo. Por isso dou 4.
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Rafael.Montoito 21/12/2020

A boa conclusão de uma nova biografia
A terceira parte da "biografia falsa" de Mister No é igualmente incrível e bem desenha, como as anteriores. Em "Mister No: Revolução - Amazônia", finalmente o personagem italiano chega em solo brasileiro, depois de ter sobrevivido à guerra do Vietnã (volume 1) e tomado parte nas revoluções hippies dos Estados Unidos (volume 2).
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Vivendo em Manaus, o "gringo" tem dificuldade para achar emprego, mesmo sendo um dos poucos capazes de pilotar um avião. Entre palafitas e maus carácteres, ele conhece uma cidade caótica, com muita pobreza e com a lei do mais forte sendo aquela que dá o tom entre as pessoas.
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Mister No faz amizade com um russo e com um alemão, também excluídos como ele, e os três adentrarão à selva para proteger uma tribo da exploração violenta e genocida de um grupo branco.
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A partir de ilustrações incríveis (algumas ganham mais destaque por conta das cores da fauna e fora amazônica), esta última parte dá a modelada final no caráter do personagem italiano, inclusive mostrando sua mudança de visual para aquele que é o mais conhecido dos quadrinhos.
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De "Vietnã" até "Amazônia", Mister No envelheceu, amadureceu e, também, embruteceu-se, porém nunca violentou seus princípios. É uma ótima coleção para quem ainda não conhece o personagem italiano (que vive no Brasil) e, sem dúvida, uma reinvenção que faz jus à sua fama.
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William.Ramos 03/02/2021

Conclusão decepcionante
De longe o mais fraco da trilogia Revolução, nesse terceiro volume falta tudo o que faz os primeiros volumes tão interessantes, contextualização da sua época e local, além de personagens interessantes, aqui alguns personagens parecem jogados na trama e que no fim não chegam a lugar nenhum.
O autor pouco explora a Manaus dos anos 70 e o contexto político brasileiro, nesse volume até o texto extra que nas outras edições aprofundava todas as questões sociais e políticas narradas é confuso e fraco.
A arte continua excelente, e a narrativa gráfica boa no entanto o roteiro puxa a nota geral pra baixo.
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