Paloma 17/10/2023"Eu imagino um universo paralelo onde você parou por um instante e pensou que talvez valesse a pena ficar um pouco mais."Deste uma resenha no Instagram a uns dois anos atrás, eu vinha esculpindo uma montanha de expectativa em torno dessa HQ. Entretanto, sabemos muito bem o quê uma voraz sede literária pode fazer com o nosso coraçãozinho, né?
'Boa Sorte' tem ilustrações simples e aconchegantes. A leitura é fluída, dinâmica e transparente. Todos os sentimentos abordados como o luto, abandono, raiva, medo e tristeza, são transmitidos de forma bem empáticas.
Contudo, não consegui me conectar com a personagem principal, a Julieta. Sempre desejava algo além do que a Helena Cunha estava apresentando. Almejava mais profundidade e desenvolvimento na narrativa.
Eu não tenho o direito - e nem a cara de pau! - de falar mal de uma HQ que trata sobre o suicídio. Porém, há lacunas e cenas superficiais que fazem a leitura ser menos reflexiva, menos acessível, menos perceptiva. E será que dizer que também faltou ousadia e intensidade, vai ser muito sem noção da minha parte?
A autora, acredito eu, buscou compor uma história que gradualmente fosse do extremo incômodo de não saber mais qual é o seu valor no mundo, à liberdade de se arriscar e tentar todas as possibilidades que surgem pelo caminho.
Mas apesar da proposta, 'Boa Sorte' apenas me marcou por ser uma leitura morna e com bastante potencial. Ou seja apenas eu sentindo falta do masoquismo emocional literário... Vai saber, né?
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"Eu tenho tanto medo de errar que acabo não fazendo nada que realmente valha a pena."