Lendas do Universo DC: Quarto Mundo - Vol. 6

Lendas do Universo DC: Quarto Mundo - Vol. 6




Resenhas - Lendas do Universo DC: Quarto Mundo - Vol. 6


2 encontrados | exibindo 1 a 2


Realtche 27/05/2022

Não é das melhores.
Não há o que se discutir quanto a qualidade da edição e da arte de Jack Kirby, porém a coleção trás as piores histórias, na minha opinião, nenhuma conseguiu me prender.
comentários(0)comente



Paulo 30/12/2023

Assim como na edição passada, esse é mais um volume com sérios problemas narrativos. E não é que a história seja ruim ou chata; tem uns elementos de humor aqui e ali (de teor bem duvidoso), mas parece que as coisas não vão a lugar algum. Nem mesmo as ameaças são tão ameaçadoras assim, sendo apenas peculiares ou pitorescas. Se a gente parar para observar um pouco mais as histórias, a gente consegue tirar alguns elementos que se tornam cânone na DC, mas o problema é que isso é garimpar no meio de aventuras desconexas. Vou aproveitar esse parágrafo para falar da arte do Kirby que é covardia. Posso reclamar da chatice que são as histórias do Jimmy Olsen, mas aí o Rei me entrega umas páginas duplas que são um escândalo. Como é possível alguém desenhar tão bem assim? Estamos falando de um indivíduo que produzia em uma escala praticamente industrial, atacando sozinho quatro revistas mensais. Gente... quatro revistas mensais com vinte e cinco páginas cada uma. E isso porque estou mencionando só o projeto dele do Quarto Mundo, fora os projetos paralelos que ele tinha. Chama a atenção a perícia em entregar páginas que saltam aos olhos do leitor, personagens que, por mais bizarros que sejam, são únicos em seu design. A coerência interna das páginas destaca os momentos de ação. Se existe um autor que eu possa dizer que faz com que seus quadros pareçam animados, em movimento, é o Kirby.

Mas, vamos lá esmiuçar as edições desse volume. Começando pela luz no meio das trevas infinitas desta edição: o Sr. Milagre. Nessa edição ele e Barda decidem levar a luta até Darkseid e Desaad e usam o bastão especial da Barda para se teleportarem para Apokolips. Só que diferente dos tubos de explosão, o bastão os leva a um lugar incerto. E é claro que os inimigos já estarão esperando os dois em uma emboscada. Tenho que aplaudir o Kirby por conseguir criar e manter interessante um personagem cujo habilidade especial é fugir de armadilhas. Um Houdini de capa e uniforme. Toda a edição eu fico tentando pensar em que artifício Kirby irá empregar para levar a edição adiante. Isso porque tem que ter muita imaginação para criar fugas espetaculares em todas as edições. Tem uma sequência de ação genial da Barda e as Fúrias Femininas em que parece que tem zilhões de coisas acontecendo no cenário, mas, por incrível que pareça, o leitor consegue dar sentido a tudo. Não parece confuso; parece estranhamente organizado. E aí na segunda edição, temos A Massa. Sim... A Massa. A ideia de criar um confronto que acontece no id de um indivíduo só poderia ter vindo do Kirby. Mesmo que o vilão seja... a Massa. Outro detalhe legal que Kirby trabalha nessa edição é o fato de a Barda ser alguém que resolve as coisas mais no impulso do que planejando suas ações. Isso fica claro em todas as situações que poderia ter sido evitadas. É o contraste entre o jeito meticuloso do Scott Free e o chamado para a ação da Barda. Detalhe: quero saber como ela fez para aliciar aliados para a causa dela (não vou entregar quem foi). Foi no sopapo mesmo, só pode ser. E a troca de amenidades entre ela e o Oberon foi sensacional.

Temos que falar de Jimmy Olsen, né? Adoraria pular isso, mas não dá porque foram mais duas edições do ruivo sardento preenchendo minhas horas de vida com as situações mais bizarras possíveis. Sério, o Kirby deve ter pensado nas edições do Jimmy na linha do "como eu posso trollar o meu leitor". Nessas duas edições temos duas histórias acontecendo, sendo que uma delas é até útil para a continuidade e a outra é dispensável completamente. Uma delas é uma mini-aventura paralela e a outra é a história principal. Adivinha qual é a dispensável? Na narrativa principal, Jimmy e a Legião Jovem estão voltando para casa depois de conseguirem deter os planos da Fábrica do Mal. Ah, eles tem um bichinho de estimação chamado Guloso agora. Afinal, por que não capturar um animal alienígena devorador de pessoas e levar para casa porque ele parece ser bonitinho? No caminho de volta, eles são capturados por um veículo giratório e são levados por um homem poderoso com objetivo de dominar a Terra. Impossível a gente não comparar Victor Vulcanus com o Homem da Pistola de Ouro. Base em um vulcão. Quer dominar o planeta. Tem muitos recursos. Apesar da base dele ser um cenário fenomenal, o personagem é um vilão B daqueles que te contam seus planos maquiavélicos enquanto gargalha.

O que valeu a pena nessas duas edições é o pequeno momento em que o Superman é transportado acidentalmente para Nova Gênese e começa a enfrentar todo mundo por lá achando que foi capturado por Darkseid. Ao chegar lá, o Superman tem uma crise de identidade já que ele se vê em um mundo onde todos possuem poderes incríveis e não precisam de um Superman para ajudá-los. Muito pelo contrário: tudo o que ele faz em Nova Gênese é atrapalhar os outros. Uma boa sacada essa de colocar o Homem de Aço em uma utopia onde os seus poderes não o colocam acima de ninguém. Pelo contrário, ele é apenas mais um entre tantos. Esse basicamente é o primeiro contato com Nova Gênese (não com os Novos Deuses) e com a contraparte de Apokolips. É interessante para entendermos o que faz o Superman funcionar nessa era anterior à crise. O Superman é o homem mais poderoso do planeta por conta de seus superpoderes que o colocam acima de um homem comum. Kirby meio que coloca em perspectiva essa necessidade de reformular o personagem, oferecer mais a ele do que simplesmente ser um homem poderoso.

Se formos pensar na história como um todo envolvendo as quatro revistas, a edição do Povo da Eternidade continua a ser aquela que traz sempre algum elemento novo. Nessa edição eles são transportados para uma propriedade fechada controlada por um homem poderoso conhecido apenas como Bilionário Bates (ai, essa mania de nomes começando com a mesma letra...). Bates tem a habilidade de fazer as pessoas fazerem o que ele quiser. O Poder. E ele o exerce em um lugar onde ele tem tudo o que precisa sem se preocupar com o mundo lá fora. Brinca com as pessoas como se fossem joguetes em suas mãos. Quando o Povo da Eternidade aparece no meio de sua propriedade, eles são rapidamente capturados por causa do Poder. Por trás disso tudo, estranhos homens usando capuz tomam o controle das partes subterrâneas da propriedade de Bates onde rituais macabros acontecem. Nessa edição veremos o quanto a Equação Antivida é poderosa e o que está em jogo aqui. Mesmo as incríveis habilidades do grupo não são páreo para Darkseid e Desaad que tratam os personagens como crianças em um jogo maior. Para o vilão, matar o Povo da Eternidade é tão indiferente quanto pisar em uma formiga. Não vale o esforço.

A edição que tem mais ação é a dos Novos Deyses. E a história é bem simples e eficiente. Kalibak, um dos homens de confiança de Darkseid, vem para a Terra para dar cabo de Orion. Ele persegue os humanos que ajudaram Orion em um primeiro momento como uma forma de atrair Orion e Lightray para uma armadilha. A polícia de Metropolis se mete na confusão e o detetive Turpin mostra toda a sua coragem contra Kalibak. É uma edição com coisas voando, objetos sendo destruídos, confusão por toda a parte. Kirby é extremamente eficiente em dar sentido às cenas com uma grade de quatro quadros por página, uma splash page eventual. Não é o melhor roteiro deste volume, mas, na minha visão, é o que foi melhor executado em toda a sua potencialidade. É uma narrativa que não interrompe a ação nem por um segundo e é como se a gente prendesse a respiração do início ao fim.

Para fechar essa matéria, e fica o meu parênteses mesmo, Kirby é um artista genial. Não existe mais o tipo de artista que ele é, com o potencial de criar conceitos e personagens, desenhar cenários e cenas. Mas, no roteiro, algumas coisas que ele trouxe são bem discutíveis e não envelhecerem nem um pouco bem. A revista do Jimmy Olsen é uma dureza absoluta para ler. E isso porque procuro entender as histórias como um reflexo de sua era, com mais ingenuidade e inocência, mais voltadas para um entretenimento descompromissado. Só que um bom roteiro possui uma direção, um senso de progressão. Quando Kirby se propõe a realmente tocar o barco, ele produz histórias memoráveis. Ou até simples e perfeitas em sua execução. O que fica para o leitor é um mix de conceitos estranhos e continuidade incerta em histórias que se tornaram lendárias no cânone da DC.

site: www.ficcoeshumanas.com.br
comentários(0)comente



2 encontrados | exibindo 1 a 2


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR