Cast 28/03/2024
"Naquela hora, você... o seu rosto... parecia estar pedindo pra ser salvo!"
Capa: Maravilhosa, fantástica. O uso da cor azul, com a pose do Dabi e os efeitos de luz. Incrível. O fundo preto também é uma ótima escolha pra contrastar.
Nota da capa: 10/10
Volume 30 corresponde aos capítulos de 286 ao 295.
Bom, chegamos a um gigantesco clímax do mangá. Tem muitas coisas que eu curto, tem algumas que eu acho meio... apressadas. Vamos por parte.
O fim da luta entre Shigaraki vs todo mundo. Com o Deku enfurecido, a batalha pelo One for All, chegada do Gigantomachia. Tudo isso é muito legal. Gosto como o Horikoshi sabe tratar uma cena de luta em ampla escala. Gosto de como esse arco tem consequências sérias e irreparáveis. Gosto muito mesmo de toda essa macroescala.
A luta pelo o One for All eu acho que faz muito sentido, nesse contexto de que o dom, como parte do ser, traz consigo fragmentos de seu dono original. E como existe essa força de vontade intrínseca devido aos anos e anos de acumulo em meio a cada herdeiro. E, pra já falar de começo, eu AMO como o Horikoshi mantém a essência do Deku. Ele é o arquétipo do Superman, ele é o "good guy" máximo, desde o capítulo 1, isso que o define e o motiva. Então, ao colocar em cheque a questão de um "salvamento" do próprio Shigaraki, ao fazer o Deku confessar que senti nele um pedido de ajuda. Eu simplesmente amo essa parte. Não sei como está hoje em dia, mas na época que sai esse mangá eu lembro de como isso gerou uma polêmica ABSURDA no fandom, com pessoas detestando e contestando. Aí, já entrando em temas políticas ala twitter, sobre a reintegração de criminosos, pena de morte e afins. Eu acho válido a discussão, mas acho que todos estão perdendo o ponto. Deku não está querendo perdoar o Shigaraki, não quer inocenta-lo e torna-lo um herói. Ele sentiu, naquele breve momento, alguém que precisava de ajuda, e, sendo nativamente altruísta, ele sente que seu dever é salva-lo. Eu não sei como o autor vai fazer isso mais pra frente, afinal, acho que no próximo volume eu já chego na parte onde parei uns anos atrás. Mas, isso torna tudo tão mais interessante do que um "vilãozão do mal" contra o "heróizão do bem". Porque, por qualquer caminho que tome, seja do Shigaraki oprimido pelo All for One, ou se ele vai passar por cima e ser o vilão principal, ou se vai haver algum tipo de arco de redenção, por qualquer forma, tem espaço, se bem escrito, pra desenvolver um dos melhores personagens desse mangá.
Passando por outros momentos curtos, eu acho ok a luta entre a Toga e a Ochako, acho meio apressado, meio desnecessário até, ou até conveniente. Não entendi muito o propósito, pra ambas personagens. O sonífero finalmente fazer efeito é massa demais e a chegada do Beast Jeanist é nível vingadores, sensacional, quero ver mais da relação dele com o Bakugou (que finalmente falou seu nome de herói). Mas, temos a volta dele, do Lemillion. E, veja bem, era algo já sendo construído, o personagem é maravilhoso, é empolgante vê-lo em ação e talz. MAS, foi MUITO cedo. Não faz 3 meses do acontecido, não teve o tempo de sentir a sua falta. É de novo, a pressa do Horikoshi matando momentos catárticos. Sem contar que isso abriu um precedente perigoso, afinal de contas, a Eri tá ai, podendo usar seu poder, aparentemente. Qual o limite? Ela pode recuperar a perna do Eraser Head? O corpo machucado do Deku? O ferimento do All Might? São tantas possibilidades que, se ignoradas, só vai enfraquecer esse mundo tão coeso até então.
Bom, vamos falar do personagem capa e do maior momento desse volume, sem sombra de dúvidas. A revelação, ou dança, do Dabi. Eu lembro que isso sempre foi muito teorizado, e que quando revelado, de fato foi algo que impactou e marcou muito. Afinal é feito com todos os requintes de crueldade possíveis. No pior momento, transmitido pra todos verem, com vídeos e prova comprometedoras. E muito desse choque se dá porque o autor fez o oposto do que eu critiquei agora a pouco, foi tudo feito no seu determinado tempo. Dabi apareceu a MUITO tempo, lá entre os mangás 5, 6 e 7. E ele foi sendo cozinhado de forma leve, a cada aparição, a cada frase solta, a cada dialogo da família Todoroki, até vir, de fato, essa pancada. Eu curto muito a forma como o Endeavor congela (sem trocadilhos) e o Shoto, mesmo com lágrimas no rosto, age sob pressão. São reações tão identificáveis com cada personagem que só demonstra como o Horikoshi os escreveu bem, ao ponto de notarmos isso. Toda essa odisseia da família Todoroki é um subplot que eu me importo muito, e isso aqui é pra mudar muito do que vemos e afetar muito dos personagens.
Enfim, chegando a mais um térmico de arco, o último que acompanhei. Próximo volume devo dar minhas impressões finais como releitor, e começar a falar como um leitor de primeira viagem, lendo capítulos que não faço ideia do que vai acontecer.
Nota: 8/10