Claudinei 14/07/2023
Muito bom.
Depois de muito tempo eis que dou continuidade na leitura desse mangá, gostei muito do primeiro número e nem eu sei o motivo que me levou a demorar quase 1 ano e meio pra partir pra leitura do 2° volume, na verdade tem mais a ver com organizar a pilha de leitura, mas esse não é o ponto aqui.
Takehiko Inoue havia apresentado brevemente seus personagens anteriormente, parte de seus objetivos e motivações, e agora ele dá mais perspectiva e profundidade ao drama pessoal de seus protagonistas, o que já instiga quem está lendo ficar imaginando como ele vai construir uma equipe a partir do que vem apresentando, tendo em vista a personalidade forte de cada um.
Porém é interessante também notar a disciplina destacada aqui por Inoue, mesmo em frente as adversidades que os personagens enfrentam, apesar das características individuais de cada um, esse era um ponto em comum entre todos. Carregado de dramas pessoais vemos jovens que por fatalidade do destino precisam adaptar seus sonhos a novas realidades, mas que em hipótese alguma decidem abrir mão deles.
Além disso é explorado a questão dos relacionamentos pais e filhos, deixando claro a obsessão de Hisanobu Takahashi em querer ser o melhor em tudo que participa, ser o centro das atenções e viver rodeado de bajuladores, um claro transtorno psicológico pela ausência do pai, que lhe dá um terrível choque de realidade ao se ver abandonado pelos que se diziam seus amigos enquanto está hospitalizado devido ao acidente sofrido no volume anterior, e ainda precisa lidar com a nova realidade onde ficará paraplégico, ainda assim, talvez motivado pelo orgulho ou raiva o jovem promete a si mesmo que se adaptará e será o melhor novamente.
Takehiko ainda dá umas pinceladas no passado de Nomiya, que fisicamente ainda é são, mas psicologicamente carregar o trauma e a culpa do acidente de uma garota, o jovem vai tentando sobreviver e do seu jeito incentivar as pessoas a darem seu melhor, tanto que após conhece-lo, Kiyoharu Togawa, um prodígio do basquete para cadeirante decide voltar ao Tigers, seu antigo time, e assim conhecemos seu passado, que também passa por um drama pessoal onde o pai , não realizado profissionalmente e abalado pelo falecimento da esposa, queria que o filho vivesse seus sonhos e não os seus próprios, porém Togawa não desiste e em sua jornada fica próximo de alcançar seu objetivo de ser o atleta mais rápido do Japão, não fosse a infelicidade de uma doença degenerativa nos ossos da perna. Toda essa narrativa é bem construída por Inoue e mesmo na arte típica de um shonem é uma história bem madura sobre superação e lutar por seus ideais, independente das pedras que surjam no caminho.
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