Kaputt

Kaputt



Resenhas - Kaputt


9 encontrados | exibindo 1 a 9


@jaquepoesia 26/01/2022

🔸Crueldade em quadrinhos

🔸No livro de 1944 temos os relatos do diplomata, militar, cineasta e jornalista italiano Curzio Malaparte (1898-1957) durante o regime nazista na segunda guerra mundial.
Malaparte registrou de forma secreta suas experiências e teve sua obra adaptada pelas mãos do artista (ilustrador e quadrinista premiado) Eloar Guazzelli, temos assim a versão em quadrinhos KAPUTT.

🔸Kapput palavra alemã que significa literalmente quebrado, acabado, destroçado, deteriorado.

🔸Nos traços de Guazzelli temos as cenas de dor e violência que assim como em MAUS nos fazem pensar no auge da maldade humana e refletir sobre a estrada escura do preconceito, para nunca mais caminharmos por ela.
comentários(0)comente



Lucianalg 24/07/2021

Cruel
A crueldade humana não tem limites. O diário nos mostra o horror dos homens em guerra, todos deveríamos ler.
comentários(0)comente



Leyd 16/06/2019

?O mal de que padecem é misterioso?
Kaputt (quebrado em alemão) é uma adaptação para os quadrinhos, escrita e desenhada pelo ilustrador e diretor de arte, Eloar Guazzelli.
Esta é definitivamente uma obra sutilmente brilhante escrita por um correspondente de guerra italiano, cujos pronunciamentos no passado renderam-lhe várias prisões e exílios. Malaparte tem a língua de uma víbora, uma caneta venenosa e é destemido. Sua profissão de jornalista itinerante o levou da Suécia para a Ucrânia, Polônia, entre outros territórios na Rússia ocupados pelos alemães.
Ao longo de suas experiências pessoais distintamente gravadas, você o encontra contando histórias, cada uma mais cruel que a anterior. O livro é ironicamente dividido em capítulos como: Cavalos, Cães, Ratos etc., como se fossem contos distantes dos confins da guerra, mas que na verdade é um exame mórbido e muitas vezes surreal da descendência da civilização européia durante a Segunda Guerra Mundial.
Sob tudo isso, ele está chicoteando as nossas sensibilidades para que desperte uma consciência aguçada a respeito da degradação da Europa, do completo colapso da moralidade e integridade da guerra. Então, por meio de interlúdios, ele conta um pouco aqui e ali, que podem ser lidos como pequenas histórias isoladas que trazem um único fim, a morte.

A adaptação de Guazzeli é o mais próximo que alguns podem chegar da obra de Malaparte (pois o mesmo não foi traduzido no Brasil), o que não é nem de longe uma lástima, e sim uma dádiva. As ilustrações estão belíssimas, e mesmo não tendo contato com o original, deu para sentir o compromisso e integridade com o texto.

Quase tudo o que Malaparte diz tem duplo sentido - porém sua teoria de que a crueldade dos alemães é feita de medo, e por isso eles matam e destroem, por medo, não da morte, tampouco de sofrer, mas sim dos indefesos, dos velhos, das crianças, de tudo que é vivo fora deles, parece nascido de uma fina brecha de piedade, para tentar explicar tudo aquilo que ele presenciou.
Seu livro parece amorfo, cruel, desmotivado, até que você olhe para ele, como um pedaço da história.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Erika 10/05/2017

Kaputt é uma obra que retrata os horrores da Segunda Guerra Mundial. Divido em seis partes: Cavalos, Ratos, Pássaros, Cães, Renas e Moscas, fazendo ligações desses animais a alguns horrores que ocorreram durante a guerra. Com uma arte bem sombria e caótica, o autor tenta passar através do desenho, o cenário daquele momento tão conturbado, e obtém êxito.

Curzio Malaparte foi um jornalista italiano que cobriu a Segunda Guerra Mundial, às vezes passando por situações perigosas para esconder seu manuscrito e conseguir sobreviver. Ao longo da HQ, acompanhamos uma adaptação do livro em seus momentos mais marcantes.

Uma curiosidade em relação ao nome do autor, é que ele escolheu Malaparte como o sobrenome de seu pseudônimo fazendo um trocadilho com o nome de Napoleão Bonaparte, que em italiano significa "parte boa".

Lançado em 1944, já caminhando para o fim da guerra, Kaputt é repleto de sentimento, posicionando-se contra a violência da guerra e contra a falta de humanidade dos carrascos que se aproveitam dela para insuflarem crueldade através de seus próprios medos.

Em uma das passagens mais marcantes da história, vemos um oficial nazista desafiando um garoto a descobrir em qual lado estava seu olho de vidro, direito ou esquerdo. O menino responde e acerta, dizendo que é o esquerdo. O oficial pergunta como ele conseguiu acertar, e então o menino responde prontamente: - Porque, dos dois, é o único que tem algo de humano.

Passamos em diversos lugares ao longo da obra, como por exemplo, a frente de Leningrado, o gueto de Varsóvia na Polônia e Nápoles. Somos marcados pelo horror da guerra em todos os momentos, pelos traumas, pelos seus resultados.

Kaputt fica em nós depois que terminamos de ler, e se estabelece como um manifesto contra qualquer forma de ato fascista e o condena, nos mostrando os porquês e nos fazendo encarar as consequências. Não se trata somente de um momento histórico, mas de toda uma realidade violenta e perversa que nos rodeia, onde vence o ódio em detrimento de toda humanidade; onde vence o dinheiro, em detrimento de toda alegria.

site: https://literaturativa.wixsite.com/blogfolheando
comentários(0)comente



Pedro 29/08/2016

Releitura feita pelo quadrinhista Guazzelli do clássico de Curzio Malaparte, Kaputt é o doloroso relato de quem testemunhou os horrores da Segunda Guerra. Enviado para fazer a cobertura jornalística do conflito, Malaparte atravessa a Europa e se depara com a brutalidade dos alemães, um povo que tem como essência “o medo de tudo que é vivo”, nas palavras do autor. Em meio à carnificina que assolou o continente durante a guerra, Malaparte enumera episódios que atestam o raciocínio frio do exército nazista por trás da evidente selvageria. Com seu característico traço forte e expressivo, avesso ao preciosismo do detalhe, Guazzelli assombra o leitor a cada página e a cada relato, fazendo o pesadelo ganhar corpo e rosto – ainda que sua aparência lembre mais monstros que humanos.
comentários(0)comente



Luciane.Gunji 04/09/2015

Nos últimos dois anos, a frase “sair do Jornalismo foi a melhor coisa que eu fiz na minha vida” foi o discurso mais usado nas festinhas de família, nas mesas de bar, no trajeto do ônibus, nos convites para refeições inesperadas, enfim, nunca se ouviu tanto a minha boca dizer outra coisa que não fosse isso quando o assunto era “mas o que você anda fazendo da vida, menina?”.

Pois bem, desde que eu mergulhei no mundo da Publicidade, a minha vida tem sido realmente diferente. Bem melhor mesmo. Mas, isso não quer dizer que estou cuspindo no prato que comi. Pelo contrário, afinal, o Jornalismo foi a Graduação que escolhi e precisei passar por ela para realmente entender o que a Luciane gosta de fazer.

Entre as coisas boas que o Jornalismo deixou em mim foi a paixão por literatura e por histórias. Dizem que o jornalista é “aquele cara que gosta de escrever e falar”, mas a real é que o verdadeiro jornalista é “aquele cara que gosta de ler e ouvir”. E só o universo sabe o quanto a gente precisa consumir muitas histórias para conseguir contá-las depois. Vocês não têm ideia do quão difícil isso é.

Por isso, toda vez que leio um livro-reportagem, a minha mente logo imagina o trabalho que aquilo deve ter dado. Apurar, entrevistar, reunir as informações, escrever, pesquisar, enfim, todo o processo jornalístico que é necessário para transformar uma história em material é um ciclo que poucos guerreiros conseguem concluir.

E, no caso do escritor e jornalista italiano Curzio Malaparte, relatar o que ele presenciou na Europa naqueles anos de Segunda Guerra Mundial não deve ter sido nada fácil. Agora, imagine o trabalho que o ilustrador brasileiro Eloar Guazzelli teve para adaptar o contexto de Kaputt em quadrinhos? O poder de interpretação desses dois caras é extremamente fora do normal, fazendo com que eu sinta que a única coisa que não fiz nesse mundo foi Jornalismo.

Acho que nem preciso dizer que o livro é apaixonante. Primeiro, por causa da sensação de realidade que ele representa. Não vivi a Segunda Guerra Mundial e os livros de história contam apenas uma parte do que realmente aconteceu. Mas, saber que um cara, em nome de sua profissão, escreveu secretamente os acontecimentos desse período cruel é o que me faz ter certeza que, mesmo saindo do Jornalismo, essa profissão é gratificante.

Confesso que, em diversos momentos, tive muitas dificuldades para compreender o enredo de Kaputt. Os traços de Guazzelli são fortes e únicos, fazendo com que os detalhes passem despercebidos por muitos leitores. Não é incrível como uma simples silhueta pode ser um homem e, ao mesmo tempo, uma paisagem terrível? Precisei de um bocado de concentração para não me deixar levar pela primeira impressão. Ainda bem.

site: https://pitacosculturais.wordpress.com/2015/06/30/kaputt-malaparte-curzio-e-guazzelli-eloar/
comentários(0)comente



Leila 18/03/2015

Esperava mais do livro...Usa muitas metáforas dificultando a compreensão da história.
lucas teodoro 22/07/2017minha estante
concordo, tanto que deixei de lê-lo




Felipe Miranda 25/01/2015

Kaputt - Curzio Malaparte, Eloar Guazzelli por Felipe Miranda
Publicada pela editora WMF Martins Fontes em novembro de 2014, a graphic novel “Kaputt” é um recorte do sucesso literário de mesmo nome lançado originalmente em 1944. Não se trata de uma representação completa do livro, mas sim de uma adaptação. Uma escolha pessoal e delicada feita pelo quadrinista e ilustrador gaúcho Eloar Guazzeli. Ele selecionou partes da história para expressar em traços grossos e firmes o horror de um dos períodos mais terríveis e marcantes da história da humanidade: a Segunda Guerra Mundial.

Dividido em seis partes (“Cavalos”, “Ratos”, “Pássaros”, “Cães”, “Renas” e “Moscas”), o livro reúne relatos do diplomata, militar, cineasta e jornalista italiano Curzio Malaparte (1898-1957) durante o regime nazista no período em que foi correspondente do jornal italiano Corriere della Sera. Transitando por cenários sórdidos, devastados pela guerra e apodrecidos por restos mortais, ele observa e descreve as barbáries cometidas pelos soldados russos e alemães – a morte de prisioneiros transformados em animais e a morte de animais transformados em prisioneiros.


Malaparte cobriu as frentes lestes das forças de combate (Ucrânia, Polônia e Finlândia) e esteve nas ruas, em meio a combates e chacinas, mas, também, presenciou jantares com generais da alta patente, aristocratas e reis nazistas. É difícil dizer quais momentos são mais desconfortáveis: soldados fuzilando pessoas como se elas fossem insetos indesejáveis ou governantes discutindo o extermínio de inocentes em prol de uma "civilização perfeita".

O homem de Kaputt é uma fera solitária. A fera "culta", representada pela elite alemã, tem medo dos velhos e das crianças. Tem medo dos indefesos. Tem medo de ter medo. Malaparte afirma que os alemães amavam a dor e a destruição por receio. Medo de sofrer. O ser diferente era assustador para eles. Assustador mesmo é ler sobre centenas de soldados descarregando fuzis em crianças e animais. É doloroso e devastador acompanhar essas atrocidades com a certeza de que elas realmente aconteceram. Não é uma ficção. O cheiro doce de ferrugem e gasolina que tanto é mencionado chega a incomodar.


Há três cenas bizarras que chamam atenção. A primeira relata centenas de cavalos se agrupando dentro um lago para se proteger do fogo até que a água congela. A descrição acompanhada das ilustrações fantasmagóricas de Guazzelli são dolorosas. A segunda é sobre a morte por asfixia de dois mil judeus em vagões de trens. "Os mortos são raivosos, obstinados, ferozes... Birrentos, vaidosos, os mortos são doidos. Não tem tampouco medo da morte."

A terceira ilustra uma batalha entre cães russos carregados de mochilas com explosivos contra soldados alemães armados. "Quando na Rússia não houver mais cães... Os meninos russos vão meter-se debaixo dos tanques de vocês. Ach, são todos da mesma raça. Todos filhos de cães."


Capa da HQ de Eloar Guazzeli
O ódio à vida que esse período da História pregou é vergonhoso, sofrido e fede mais do que todos os mortos em decomposição encontrados em valas e nas páginas dessa terrificante graphic novel. Fazendo jus à tradução do alemão, "Kaputt" se refere a alguma coisa que foi quebrada, acabada, despedaçada. Entre tantas obras sobre a Segunda Guerra, essa é de longe a mais visceral.

A obra original “Kaputt” já teve cinco edições traduzidas para o português, mas está esgotada no país. A edição mais recente é de 2000 (editora Bertrand).

site: http://alagoasboreal.com.br/editoria/1483/cultura/com-tracos-firmes-e-grossos-guazzelli-retrata-a-segunda-guerra-mundial
comentários(0)comente



9 encontrados | exibindo 1 a 9


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR