Luigi.Schinzari 02/09/2018
Uma volta ao básico
Desde o clássico run de Garth Ennis pela revista Hellblazer - sendo a melhor fase na opinião da maioria dos adoradores de Constantine -, houveram diversas tentativas de descaracterização e de mudanças no estilo e no ritmo da consagrada série do selo Vertigo, da DC Comics.
É claro que, para bom apreciador de John Constantine, sabe-se que o personagem sempre manteve um alto nível de qualidade muito duradouro e incomum para uma publicação mainstream, com uma seleção invejável de artistas passando pelo título, como Warren Ellis, Brian Azzarello etc; mas, mesmo com a qualidade, parecia que o personagem mutava-se a cada run, afastando-se cada vez mais do espírito criado por Alan Moore, depois por Jamie Delano ao amplia-lo e a Garth Ennis por estabelecê-lo.
O título, então, chegou às mãos de Andy Diggle - nome que, até então, não possuía tanta expressão no cenário a época do lançamento- e ao desenhista Leonardo Manco. Logo de cara o leitor saudoso irá colocar um sorriso no rosto e só o tirará ao acabar a leitura. É como se o Constantine, aquele que teve câncer e enganou os demônios, que mostrou o dedo do meio a eles e recebeu sangue de Nergal, tivesse voltado. Um fator crucial para o sucesso completo ds obra está, sem dúvidas, na arte; Manco faz uma arte suja e ao mesmo tempo realista, trazendo de volta até mesmo a face de Sting a John - inspiração que apareceu em suas primeiras aparições no título do Monstro do Pântano ainda, escrito por Moore, e que foi se perdendo com o passar do tempo.
Por fim, fica a recomendação máxima àqueles que desejam voltar a ler Hellblazer e aos que nunca leram nada do mago fanfarrão e desejam ter seu primeiro contato com o personagem.