Luciano Luíz 21/09/2015
A última vez que li algo do Hulk, foi no lendário formatinho da editora Abril. Naquela época, o personagem ainda estava na fase da cor cinza, sacana, sem-vergonha e inteligente. Os anos foram passando e quando dei uma olhada novamente na revista, o Hulk tava verde de novo e então a editora cancelou a publicação assim como o Capitão América, para lançar mensalmente um título no estilo de antologia. Então como não tinha mais título próprio, o Hulk e outros personagens estavam todos lá, em uma revista mais grossa e blá, blá, blá... Mas aí eu já não mais acompanhava.
A fase que me marcou com o Golias Esmeralda foi quando ele havia sido separado do Banner e depois fundido de novo, voltando as origens, e ficando cinza, menor e mais fraco. Porém, bem safado. Aí teve o Hulk-Jones, uma bomba Gama explodindo uma cidade inteira e o Hulk tido como morto, mas trabalhando como Joe ou Senhor Tira-teima em um cassino de Las Vegas. A partir daí eu não seimais o que se passou com ele...
Mas, me deu vontade de ler a edição em capa dura de OS MAIS PODEROSOS HERÓIS DA MARVEL, volume 4, HULK - OS CÃES DE GUERRA.
Aqui a história se passa muito tempo depois dele ter ficado verde de novo, e o melhor de tudo, com as várias transformações sendo usadas. Então Banner pode ainda se transformar a noite no Hulk cinza, ou durante o dia no Professor (o Hulk com o rosto semelhante ao do Banner, porém, com o corpo sarado e definido e até cabelo amarrado...), e claro, o Hulk selvagem (que fala pouco e repete aquela frase clássica: Hulk esmaga!).
O enredo é bem simples. É o Dr. David Robert Bruce Banner (vai dizer que não sabia o primeiro nome dele?! Muita gente não sabe...) fugindo do Governo, dos militares, de todo mundo (assim como na antiga série de TV) por causa de sua "maldição".
Aí ele descobre que está sofrendo de uma doença degenerativa (a mesma do Stephen Hawking), porém, não há como morrer. O Hulk não deixa... Então temos um milico que quer a todo custo capturar o Banner para dar prosseguimento a experimentos com raios Gama e não importa quem ou o que estiver em seu caminho, ele não hesita em matar para atingir o objetivo.
É mais uma saga onde o psicológico do Banner é profundamente analisado. Ainda mais com tantas versões do Hulk dentro dele e fazendo estranhas alianças para poder seguir seu caminho.
O final é enigmático, pois a mente do Dr. é um labirinto sem fim. Tem boas cenas de ação, mas o ponto realmente fraco são os desenhos. Ridículos. Feios demais. Tá certo que é uma questão de gosto. Mas só de lembrar do traço do Todd MacFarllane na época do Hulk cinza, me pergunto por que diabos a Marvel nunca mais teve um desenhista tão foda para fazer o Hulk circular por aí?!
Claro que teve outros artistas muito bons (dentre eles, o brasileiro Mike Deodato Jr.), mas acho que nenhum deles fez um trabalho tão espetacular quanto o pai do Spawn...
Em resumo, CÃES DE GUERRA é uma ótima estória. Contém um pouco de tudo que os fãs cabeça de alface gostam. Aqui também descobri que a Betty morreu, seu pai, o General Ross continua vivo (a última vez que o vi, ele tinha fritado e virado uma criatura de energia nas edições da Abril) e o Dr. Samson ficou gigante. Uma mulher perto dele parece uma miniatura que cabe na palma da mão. Eu gostava do visual do personagem daquela época que ele caçava o Hulk separado do Banner.
Mas, enfim, tudo muda. Até a turma do Hulk.
Porém, pra mim, o melhor de todos, ainda é o Hulk cinza com seu jeito malandro, olhar sem-vergonha e cara-de-pau sem limites...
Nota: 10 (pela estória e por resgatar os bons tempos)
Nota: 4 (desenhos mais toscos... qualquer um trabalha na Marvel desse jeito então...)
L. L. Santos
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