Cilmara Lopes 09/10/2017Uma hq soberbamente lindaAos olhos do pequeno Petro conhecemos uma São Paulo em meio à um dos maiores surtos já existentes, a gripe espanhola.
Essa enfermidade assim como todo o enredo tem o tom fabuloso e fantástico, ela é retratada como a "La Dansarina", uma das personagens mais bonitas que eu já vi na vida, a união de beleza e fim me remeteu à Morte (Neil Gaiman).
Petro, é uma criança que acabou de ficar órfã, e devido a superlotação dos cemitérios sua mãe está jogada na rua. À partir desse momento, Petro inicia uma grande jornada para dar um enterro digno à sua mãe.
Isso tem pequenos intercalamentos já com ele idoso refletindo sobre tudo que viveu.
A historia produz diversos sentimentos no leitor, tristeza, deslumbramento, piedade, mas principalmente trás compreensão.
Faz refletir sobre laços familiares, crenças e credos.
É linda do início ao fim, a colorização está perfeita.
O acabamento editorial em si me lembrou muito "Noite em L'enfer" do David Calil, outro espetáculo de trabalho.
Com certeza é um material que vou revisitar várias vezes, nem que seja apenas para ler um pequeno trecho.