spoiler visualizarnicolas 25/08/2022
"even if my head be mistaken, my blood never errs"
outro dos que fazem parte dos meus volumes dessa obra. Esse volume, em específico, é rechado de informações e apresenta arcos distintos, mas todos são absurdamente completos de sentimentos. Uma coisa que eu admiro muito asagiri é a capacidade de transmitir através das palavras, situações e reações a essência e dor de cada personagem. Primeiramente, o quadro kyouka e sensação de pertecimento mostrou a grande escala da importância do sacrifício que o atsushi fez por ela alguns volumes atrás, a acolhendo e dando uma chance, vendo a kyouka izumi como kyouka izumi e não uma máquina para matar, uma mera arma extremamente poderosa. Após isso, temos toda a situação Q e Steinback e, juro, aquele arco é tão sensacional e tudo que ele consegue emitir e toda a genialidade do kafka naquelas cenas e diálogos, desde a posição em que o Q foi amarrado, o steinback gostar tanto da bíblia para que ela esteja em sua ficha de informações e a conversa e o peso que o Q sente por ter nascido com aquele poder e ser obrigado a utilizá-lo mesmo sendo apenas uma criança e o john afirmando para uma criança que se sente condenada a existência de deus e a falta de amor que esse deus sente para com ele porque ele não passa de um ser pecador e o surto do Q confirmando a maldição que ele mesmo carrega, foi absurdo de bom e angustiante. Ainda sobre esse quadro (eu já comentei isso enquanto estava lendo, mas quero inserir aqui), eu achei muito perpicaz o Q ser amarrado na mesma posição em que jesus cristo foi crucificado e, assim como jesus, o Q teve que se sacrificar e carregar um peso que não lhe oertencia, mas jesus cristo fez em amor para salvar o povo e o Q fez forçadamente e, literalmente, em maldição para acabar com tudo. O que eu achei absurdamente magnífico foi toda a relação entre sangue, sombras, taumas, pesos, assombrações e pecado que a habilidade do Q causava nas pessoas. Para finalizar o volume, tem aquele arco do atsushi e da lucy no moby dick, que é um arco que eu valorizo muito porque existe ali o início do que virá a ser uma relação de compreensão e gratidão. A interação entre a lucy e o atsu, onde ele mostra, acho que pela primeira vez, as cicatrizes (nesse caso físicas) que ele carrega e sempre carregará para a vida toda, também, pelo que eu me lembre, foi a primeira vez que ele falou para alguém, mesmo que bem breve, sobre a dor das torturas, além de toda a sensação de solidão que antes o consumia de uma maneira assustadora. Mesmo o pouco que o atsu falou, deu pra ver que a lucy se sentiu representada e foi muito importante pra ela porque, acredito que, pela primeira vez na vida, ela não se sentiu sozinha. Um dos motivos por eu amar tanto esse volume é porque ele consegue passar uma imensidão de pensamentos e sentimentos dos personagens e muita coisa da trama em si, ele apresenta traumas e ideologias que formam alguns os personagens, quem eles são, por que eles agem de tal maneira, o impacto que o que eles passaram causam neles até o presente.