Paulo 15/08/2018
PREVIOUS: “Anos atrás, antes de o Aquaman sequer pensar em lutar ao lado de Mera ou da Liga da Justiça, ele rodou o planeta com uma equipe conhecida como Os Outros. Cada um desses seis indivíduos era guardião de um poderoso artefato atlante vindo de tempos ancestrais, capaz de conceder poderes assombrosos.
Agora, um antigo inimigo dessa época está de volta, e ele não vai descansar até conseguir reunir todos esses artefatos atlantes, nem que pra isso precise passar por cima de tudo o que o herói já amou, ameaçando trazer à tona um passado que Arthur Curry preferia ver no fundo do oceano para sempre!”
É difícil chegar a esse material sem nenhuma expectativa depois da excelente leitura que foi Aquaman: Nas Profundezas (Volume 1 da fase dos NoVos 52). Dito isso, a leitura de Aquaman: Os Outros foi um tanto quanto “brochante”.
A história é bem simples e tem uma pegada bem aventuresca, seguindo as riscas a sinopse: um antigo e clássico inimigo do Aquaman volta em busca de antigos artefatos atlantes, em posse dos antigos companheiros de equipe do herói. Se você lembrou de Indiane Jones, sim, tem bem essa pegada. O mistério, teoricamente, fica por conta das motivações desse vilão, mas já adianto que não vale tanto a expectativa, pois a trama só serve de escada pra mega saga “Trono de Atlântida” (o antagonista está apenas realizando um serviço para um vilão maior, que nem é revelado nessa edição).
O engajamento do leitor na trama de Aquaman: Os Outros é um tanto quanto dependente do seu conhecimento acerca da mitologia e cronologia histórica (e não apenas a leitura das edições anteriores recentes do herói, acredito) do Aquaman. Por mais que o roteiro se preocupe em recontar importantes momentos do passado do herói, como a morte de seu pai, a origem do Arraia Negra, e até mesmo o quanto o protagonista cresceu e teve que amadurecer ao longo dos anos, o que é muito legal, o roteirista não se preocupou em dar a mesma atenção a equipe “Os Outros”. Não sabemos quem são esses personagens, suas motivações, e até mesmo a extensão de seus poderes. E como o encadernado é curtinho, não dá nem tempo de criarmos empatia por esse “mix” de coadjuvantes, ou de nos importarmos muito com eles: sem saber direito quem são, suas histórias e motivações ficam meio qualquer coisa. Portanto, se você, como eu, não está interado sobre esses outros 6 heróis, talvez seja difícil engrenar neste encadernado.
O desenho de Ivan Reis é o espetáculo de sempre. Porém, eu não consigo abrir uma mensal de herói e não ter a impressão de que os desenhos são feitos a toque de caixa.
Enfim, se você é um antigo leitor do herói, talvez de uma fase mais clássica do personagem, esse encadernado é um prato cheio. Provavelmente vai adorar revê-los reintroduzidos no universo dos Novos 52. Porém, se você estiver tendo seu primeiro contato agora com o herói, compre sabendo que, apesar do personagem em si valer muito a pena, a história é um feijão com arroz bem contado do gênero super-herói.