Biia Rozante | @atitudeliteraria 25/03/2017Amei, diferente do que esperava.Você consegue imaginar como seria acordar sem memória? Sem saber seu nome, onde está, o que aconteceu? De algum modo você teria estrutura para lidar com essa situação tensa, sozinha e em um lugar peculiar?
Ela foi jogada em uma cova, nossa protagonista a principio acredita ter morrido, mas então se da conta de que na verdade alguém a jogou no cemitério e logo depois foi embora a deixando ali. Sem saber quem é, o que aconteceu e o porquê de alguém querer ela morta, essa jovem decide se esconder em um mausoléu evitando assim que descubram que ela está viva, até que possa compreender o que de fato aconteceu e quem é. Buscando por uma identidade, acaba adotando o nome de Calexa Rose Dunhill – uma mistura dos nomes lidos nas lapides -, e sem ter a quem recorrer, sobrevive de pequenos furtos na casa do zelador do cemitério e de vizinhos próximos.
Calexa é uma jovem inteligente e apesar de sua condição neurologia consegue se manter atenta a tudo a sua volta, a principio tem receio de quem quer que a tenha jogado ali volte para conferir se o serviço foi realmente bem sucedido e isso rouba sua paz constantemente. E em sua busca por lembranças, por saber quem é e se existe alguém a sua procura, passa a roubar o jornal do zelador. Sua rotina é tensa, de dia acompanha os enterros e a pouca movimentação do lugar o que para ela é ótimo, porém durante algumas noites um grupo de jovens surge com a intenção de realizar rituais de magia negra e escondida ela passará a acompanhar tais feitos, o problema é que o que aparentemente se tratava de uma brincadeira, provoca um crime e sem querer Calexa atrai um espírito que a deixará desorientada, será um dom, um carma, ou algo provocado por sua quase morte? E o que irá prevalecer, seu senso de justiça ou seu senso de autopreservação?
Intrigante, não consigo pensar em outra palavra para descrever A GAROTA DO CEMITÉRIO. Com muita facilidade somos sugados para o meio da trama, curiosos sobre cada passo da jovem perdida, ansiosos para saber o que de fato lhe aconteceu e por que. Acompanhar cada dia é angustiante, e o tempo todo ficamos com a sensação de que algo ruim pode acontecer. Estou roendo os dedos na expectativa do próximo volume, ansiando desvendar cada mistério.
A GAROTA DO CEMITÉRIO foi a primeira HQ que li então não tenho um ponto de comparação, por isso vou falar sobre minha experiência única e exclusivamente com ela. Os traços estão incríveis, as expressões dos personagens estão muito realistas, vivas e isso me impressionou muito, é como se apenas olhar para a imagem já gerasse o texto em sua mente. Todos os detalhes estão ricos e amei os cenários explorados, a cor utilizada que ajudou a criar o ambiente sombrio e em determinados momentos aterrorizante. O enredo está incrível, rápido, fluido, dinâmico, com uma pegada sobrenatural, instigante, foi uma experiência de leitura incrível. Gostaria de poder compartilhar mais sobre a história e seus personagens, mas não posso me estender para não revelar demais.
Para a Editora Valentina eu deixo meus parabéns pela qualidade da obra, o material utilizado é forte, resistente, é notória a preocupação que tiveram em apresentar algo belo e foi exatamente este o resultado final. AMEI.
Recomendo a obra para todos que amam histórias misteriosas, que curtam quadrinhas e leituras rápidas. Vale a pena conferir, está incrível de verdade.
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