Cast 01/08/2023
"Ele é seu! É o seu poder!!!"
Capa: Que arte maravilhosa, de longe, a minha capa favorita até o presente momento. Eu sou apaixonado por essas capas simples que demonstram muito bem o que vai ser tratado no volume em questão, sem encher de personagens aleatórios ou querem fazer algo muito grandioso. Simplicidade e beleza, tudo aqui, sem mais.
Nota da capa: 10/10
Volume 5 corresponde aos capítulos de 36 ao 44.
Que volume perfeito. Ponto. Poderia acabar aqui minha review, mas vou destrinchar um pouco mais.
Continuamos no torneio final do Festival de Esportes e vamos presenciando as lutas mais importantes. Bakugo vs Uraraka, Midoriya vs Todoroki e Bakugo vs Todoroki. Tem algumas outras, mas são passadas bem por cima. E, ao longo disso, vamos desenvolvendo cinco personagens (!): Midoriya, Bakugo, Todoroki, Uraraka e Iida. Ao contrário das outras reviews que separo por partes da história, aqui, vou separar por cada personagem, de menor a maior importância no volume.
1 - Iida: O menos trabalhado aqui, com certeza, mas que acaba deixando as maiores perguntas. Não tem muito o que dizer sobre ele em si, além do que já foi dito, mas é interessante ver como o Horikoshi aborda a questão "mestre-aluno" em diversas formas, nesse caso, entre irmãos. O plot deixado em aberto ao término do volume promete bastante.
2 - Uraraka: como é bom ver uma personagem feminina bem escrita. Aqui vemos como a Uraraka, assim como o Iida, quer ser a personagem principal de sua história. A forma como ela luta, mesmo contra um oponente obviamente superior, e a determinação de continuar em frente devido a sua forte vontade de ajudar os pais. É genuinamente tocante ver como a máscara social que ela coloca para falar com Deku cai imediatamente no segundo que seu pai liga para ela. Novamente, tem muito potencial aqui e uma personagem que promete ser mais que um "interesse romântico" ou uma "donzela em perigo".
3 - Midoriya: O nosso protagonista não é o mais desenvolvido aqui, mas justamente por ele estar ativamente querendo ajudar os outros. Não tem muito pra onde correr com seu arco, ele já foi muito bem definido, então é legal ver como o autor usa de seu moralismo e altruísmo para ajudar os outros, e, assim, desenvolve-los, narrativamente falando. Porém, não pense que não temos nada aqui, muito pelo contrário. Com o sermão a enfermeira, ele percebe que seus atos tem consequências, não necessariamente nos outros, mas em si mesmo. A cena dele olhando para a própria mão deformada, sabendo que ele nunca mais voltará ao normal, é um dos pontos altos desse volume, mas, mesmo assim, altruísta como é, ele entende que além de se ferir, como poderá se tornar um símbolo de esperança, se o seu poder causa mais medo do que qualquer outra coisa. Um forte reforço de motivação que casa perfeitamente com o personagem.
4 - Bakugo: Ainda não tivemos aqui todo o potencial explorado desse personagem, mas, ainda assim, tivemos alguns relances de que ele não é apenas um delinquente que gosta de fazer bullying. Vemos um Bakugo concentrado, estrategista, disposto a ir além dos próprios limites para provar ser o superior. Sua forma de enfrentar a Uraraka e o Tokoyami demonstram bem isso, mas é na luta como o Todoroki que isso vem a tona. Além, claro, de uma birra pessoal com o Deku, a revolta dele ao perceber que seu adversário não lutou a sério, além de ser cómico, é surpreendentemente cativante para seu tipo de personagem. Alguém que quer ser o melhor de forma justa e inequívoca, e não trapaceando ou roubando como poderia deixar a entender seu arquétipo.
5 - Todoroki: Mas é claro que o destaque da vez, o nome do volume e o rosto na capa é ele. Shoto Todoroki. Que maneira espetacular de apresentar e aprofundar um personagem secundário. Não só criando uma rixa no "macrocosmo" entre ele e o Deku (o fato de um ser sucessor do número 1 e o outro do número 2), mas também criando paralelos entre as histórias dos dois, como já comentei na review passada. Mas se lá, ainda estávamos no campo das ideias, aqui, por outro lado, vemos isso na prática, numa literal luta um contra o outro. Onde vemos o puro altruísmo superar o profundo egoísmo, onde vemos Deku (sem pensar) dar tudo de si para ajudar o rival enquanto Todoroki luta contra isso e tenta ao máximo provar seu ponto de que ele não precisa usar o poder do pai, até que ele quebra. E disso, acaba que o vencedor da luta foi ele, mas, na real, ele que perdeu a batalha dessas ideias. Tanto perdeu, que no pós, o Midoriya sai mais com sentido de alguém teve sucesso, enquanto Shoto reflete como alguém que fracassou, o que o acaba tirando do foco na final. E isso é simplesmente sensacional, esse tipo de conflito não pode ser resolvido olhando pra frente e batendo no adversário. Tem que dar uma passos pra trás e encarar de frente a problemática, que é o que ele faz, que é o que ele determina como seu "ponto de partida". Esse mangá pode virar um lixo daqui pra frente, mas nada tira a genialidade de Kohei Horikoshi ao desenvolver este personagem.
Nota: 10/10