Feliky 09/07/2023
Dropando
Provavelmente vou parar de ler a HQ por aqui mesmo porque, infelizmente, não curti mesmo lendo até agora.
Em primeiro lugar, os personagens parecem demais com arquétipos pegos e postos sem qualquer adição a algo mais único e memorável. Claro, há como discutir que tá no cap 9 e mais para frente eles podem melhorar, mas isso eu entenderia mais no caso dos secundários. Quando até os protagonistas são muito arquétipo pronto, fica um pouco complicado. Daí acaba que eu não consigo me afeiçoar tanto e, portanto, não ligo muito para o que acontece ao longo da narrativa.
Outro ponto que considero negativo é que, embora o plot gire muito em torno de esporte (esgrima, nesse caso), a HQ parece tratar as partes de esgrima mais como um acessório que como um das coisas principais. As disputas são extremamente previsíveis e, até aqui, isso taria ok porque é o começo, então é uma parte mais introdutória mesmo...mas o problema é que também não é divertido, parece muito chato ver eles duelando e, em partes, a culpa disso cai bastante sobre quem desenhou. A pessoa que desenhou a HQ simplesmente não é muito boa desenhando cenas de esporte, desde enquadramento até técnicas de desenho.
Há uma tentativa de manter o traço mais polido, o que faz com que os personagens pareçam engessados ao invés de ter aquela ideia de movimentação que de pega na ação, como é o caso de obras de esporte como Haikyuu ou até de samurais como Vagabond (que, aliás, tem um traço bem consistente e, mesmo assim, não é engessado). No entanto, como não acho justo usar Vagabond de comparativo porque as propostas artísticas são obviamente diferentes, vou me atear a Haikyuu (vôlei) e Blue Lock (futebol) como comparativos. Como devem ter notado, citei obras japonesas apenas, então vou citar uma sul-coreana também. Não curto The God of High School (lutas) e inclusive dropei cedo, mas fiz isso pelo plot em si que não me cativou, pois as cenas de competições pelo menos eram fluidas. Se fôssemos pega inspirações ocidentais, tem os quadrinhos da DC que eu li, mas acho que eles não são bons comparativos porque as cenas de ações não são dadas com o ênfase de competições e sim em um âmbito de DE FATO derrotar alguém que é um INIMIGO pra valer. Não é meramente adversário, é inimigo. Portanto, não considero aqui.
OBS: fora das cenas esportivas, a arte está boa. Não é o que vai chamar sua atenção para querer ler, mas definitivamente não é ruim.
Sei que C. S. Pacat escreveu Príncipe Cativo e Ascensão das Trevas, ambos bastante elogiados, e eu não li para saber se Pacat se sai bem nesses dois tipos de história, mas no que diz respeito a um enredo esportivo com relacionamentos mais água com açúcar, não achei muito bom não. Pelo menos, não o suficiente pra justificar o hype em cima dessa HQ.