Aly 16/04/2021
Finalmente, o Capitão América
Em uma trilogia que se vende como uma trilogia de uma fase inteira protagonizada pelo Capitão América, é curioso perceber que o personagem que deveria estar o tempo todo sob os holofotes, na verdade, só brilha como deveria no último volume.
E o Capitão brilha com elegância, com poder, com graça, com leveza e com a imponência que só Steve Rogers consegue. É uma delícia ler a história com o Falcão (ainda mais no momento em que a série dele se encaminha pro final lá no Disney+ e com um plot bem parecido), revisitar o passado do Steve sob algumas perspectivas diferentes (Vermelho, Branco e Azul sempre vai me arrepiar, não importa quantas vezes eu leia) e mostrar o quanto a parceria com Bucky foi exatamente como diz o título da história que abre o flashback dos dois: irmãos de armas. Os dois sempre tiveram essa relação irmão mais velho que cuida do mais novo que também ensina coisas ao mais velho. Essa é a mágica da relação deles. Por isso a amizade deles é tão incrível. A diferença de idade faz toda diferença (e, sim, você entendeu certo se enxergou a crítica ao mcu).
Entretanto, uma das melhores histórias desse volume é um one-shot entre Steve e Johnny, o Tocha Humana do Quarteto Fantástico, quando Johnny conta como foi encontrar o Capitão América antes de encontrarem o próprio Steve. Explico: em 1964 Stan Lee e Jack Kirby trouxeram o Capitão de volta oficialmente às publicações da Marvel, na revista #4 dos Vingadores, depois de explicarem que ele tinha ficado congelado desde 1945. Só que, em 1963, a Marvel fez uma história-teste com o Tocha e o Capitão, pra ver se o público ia curtir a volta do patriota. Como explicar depois que aquele Capitão de 63 e todos os outros que vieram antes, enquanto o verdadeiro estava congelado, não eram reais? Dizendo que eram pessoas se passando por Capitão América.
E é justamente essa história que o Johnny conta pro Steve. E é ÓTIMA.
Além disso, nada de Sharon além do necessário nesse volume (apesar de eu gostar dela quando ela não é uma chata sem educação). Nada de Caveira Vermelha além do necessário nesse volume.
Aqui quem brilha é o Sentinela da Liberdade. É o momento de Steve Rogers. É hora do Capitão América receber toda a atenção que merece.
Os conjunto de volumes da fase do Mark Waid vale a pena por esse último livro, que só não é impecável porque, pelamor, cadê o trabalho de revisão? Cadê o cuidado com a tradução? Como tradutora por formação eu fiquei extremamente incomodada e esse volume não foi uma exceção. Os outros dois sofreram do mesmo problema.
Apesar de alguns problemas, vale cada minuto de leitura.