Resenhas - Os meus balões

z..... 29/12/2018

HQ Ebal de 1955
Esperava ter lido "Os meus balões" este ano (fica como meta para 2019), autobiografia publicada em 1904 onde Santos Dumont descreve suas histórias com o balonismo. O ponto alto é a conquista do Prêmio Deutsh em 1901, quando cumpriu o desafio de sair de um local pré-determinado, dar a volta na Torre Eiffel e retornar para o mesmo ponto (trajeto que fez em cerca de meia-hora com seu dirigível nº 6).
A representatividade, mais que uma façanha aérea, era de avanço tecnológico na dirigibilidade dos balões - ciência em que Dumont inovou com a introdução de motores e experiências diversas em árduas lutas, até mesmo com risco de morte várias vezes..

O quadrinho acompanha Dumont desde a infância, destacando os sonhos, motivações e trajetória de estudos na busca de seus ideais. Dumont não era só um inventor, era também idealista, com visão sobretudo de contribuição para a humanidade. Boa parte dos prêmios que recebeu foi doada e suas ideias eram compartilhadas e copiadas sem qualquer apego a benefícios pessoais. Não vendia seus projetos, difundindo livremente o conhecimento.

A biografia serviu de inspiração a outros inventores e concorrentes na corrida de construção dos primeiros aeroplanos ou aviões, mas é um contexto não abordado. As narrativas sobre o 14-Bis são de 1906, pós publicação dessa obra.

Os aspectos negativos revelam-se na disposição antiga de quadrinizações: desenhos com pouco acabamento e excesso de texto, especialmente a partir da parte referente a conquista do Prêmio Deutsch, em que o texto recebe maior atenção, de maneira cansativa e pouco instigante para uma HQ.

Por essas e outras, Dumont deveria ter reconhecimento heroico no contexto mundial como cientista inovador e pioneiro na ciência aeronáutica.