spoiler visualizarKel 17/06/2021
Um litro de lágrimas mesmo!
Já havia visto a série japonesa sobre a menina Aya e fiquei empolgada para ler este mangá. Não se engane a história é muito triste e muito séria, e pior, é real. É muito angustiante acompanhar a jornada de uma menina de 15 anos cheia de sonhos e vontade de vier que se depara com a notícia terrível de que as funções de seu cerebelo estão lentamente parando. Aya começa perdendo o equilíbrio, a capacidade de segurar coisas com as mãos, constantemente tropeça, sua fala começa a se arrastar e as coisas só vão piorando. Para que possa ser esperada pelo ônibus a família adquire uma carteirinha de deficiente e aqui quero fazer um destaque à memorável cultura japonesa quando o pai dela a princípio não quer que ela tenha uma carteirinha de deficiente pois julga que a filha dele não tem que ser uma despesa do governo japonês e sim dele próprio, achei admirável e curioso, uma realidade bem diferente da nossa. Conforme vai tomando mais e mais consciência da gravidade de sua situação e vendo seus movimentos se esvaírem, a narrativa vai ficando ainda mais comovente e por muitas vezes dá vontade de chorar, ainda mais porque ela tenta se auto animar, manter a fé e seguir firme na fisioterapia, acreditando que vai melhorar, inclusive a cena que ela se pergunta se um dia vai se casar é incrivelmente emocionante, pois revela tamanho sofrimento a alguém tão jovem, ali temos certeza de que esse desejo tão comum à tantas jovens jamais se realizaria para Aya. Ela própria também se vê como um fardo para suas colegas de classe que começam a chegar nas aulas atrasadas por ajudá-la, e a professora que a convida a mudar de escola para que ela possa ter melhor mobilidade, isso é de cortar o coração. O que me deixou decepcionada nesse mangá é que ele não vai muito além ao longo dos anos que Aya teve desde a descoberta até sua morte aos 25 anos, não chega nem na parte em que ela vai para o hospital, que é a mais bonita e também devastadora, talvez tenha sido deixado no ar para que não chocasse muito o público alvo, porém como se trata de uma história real e inclusive escrita pela própria Aya, senti falta disso, mas é uma história que merece ser contada e que ajuda muito na reflexão de como devemos sempre dar valor à nossa saúde e chance de viver uma vida plena. Aya infelizmente não teve esse chance.