Hebert Braz 26/05/2020
MELHORES DO ANO / 2020
(3º LUGAR) ?????
Estava pensando se valia a pena fazer uma lista separada só pra HQs, mas acho que li uma quantidade muito baixa para conseguir espremer e fazer uma lista, então resolvi colocar esse mangá por aqui mesmo.
E é com muito mérito que ele ocupa o terceiro lugar.
Eu nem sei se tenho mais palavras para descrever o quanto ADOREI essa história. Ela é simples, mas muito bem trabalhada. Os personagens são cheios de carisma, é impossível não adorar cada um, principalmente a Kana.
Não vou negar, chorei no final. Eu estava muito investido, e quando tudo acabou eu quis abrir o primeiro volume de novo e reler tudo (coisa que talvez eu faça agora em 2021).
É isso, corram atrás desse mangá maravilhoso.
Simples, fofo, de aquecer o coração, perfeito!
Não fiz resenha para o primeiro volume, então talvez condense aqui uma opinião geral sobre a duologia, mas já adianto que eu AMEI TUDO.
Bem, começando pelo começo, então, eu não tive exatamente um motivo específico para adquirir esse mangá, exceto pelo fato de que qualquer coisa com temática gay chame minha atenção. Ademais, não me lembro de ler nenhum mangá que abordasse esse tema sem conotações sexuais (os Yaois da vida), então fiquei muito curioso para ver o desenrolar dessa história.
E só posso dizer que foi incrível.
O enredo gira em torno do Mike, um canadense que decide viajar ao Japão para se conectar com as raízes de seu falecido marido, Ryoji, que por sua vez possui um irmão gêmeo, Yaichi. Acaba que o Mike vai parar na casa do Yaichi, e ambos passam a conviver juntos por um tempo.
Acho que podemos dizer que o Yaichi é o protagonista, afinal ele toma a primeira pessoa no título (e eu não sei japonês pra saber se essa foi uma adaptação ou tradução literal), mas de qualquer forma, a jornada toda é muito sobre ele aceitar tanto o Mike quanto as escolhas de vida do seu irmão gêmeo. Só que ele não estaria disposto a se transformar se não fosse pela pequena e adorável Kana, sua filha, que na história tem esse papel de ser a propulsora de questões e reflexões por conta de sua inocência em relação ao tema. E, como toda criança curiosa, ela acaba fazendo várias perguntas para compreender a situação, gerando bons momentos para a história.
O que me fez ficar completamente apaixonado por essa história foi a maneira sutil e direta com que o autor conseguiu passar tantas informações (muito verídicas, aliás) sobre a vivência de um cara gay para as pessoas que não compreendem nada a respeito. Tanto é que o primeiro livro chega a ser didático até, quase um aulão sobre cultura gay (inclusive, a história tem até pausas explicitamente didáticas, com o Curso de Cultura Gay do Mike, que são extremamente relevantes e informativas), mas tudo de forma despretensiosa e sem forçar a barra do leitor.
Já esse segundo volume, CARA, EU CHOREI NO FINAL, porque a essa altura eu já estava tão envolvido com os personagens que quando o livro acabou eu quis mais e mais.
Minha vontade é de sair distribuindo esses mangás pra todo mundo. Aliás, na capa do livro tem uma tirinha bem pequenininha, que eu nem tinha percebido antes de ler uma resenha aqui, restringindo o livro para maiores de 18 anos. Não sei se isso é uma exigência do país de origem, onde esse tema é considerado impróprio, mas sei lá, o mangá não possui ABSOLUTAMENTE NADA de impróprio. Crianças de uns 12 anos podem ler isso aqui numa boa.
Amei, recomendo muito.