Mariana.Vilela 03/03/2024Henri Desiré Landru, ou pelo menos o que era para serComeço essa resenha dizendo que já li outros livros do autor e que gosto da arte dele. Tirando isso do caminho, vamos ao que interessa?
O que passa na cabeça de uma pessoa para pegar a história real de um assassino em série da época da primeira guerra, que foi devidamente condenado, e montar uma história dizendo que ele não era culpado?!?!
Caso não tenha lido a nota final do livro ou não tenha tido qualquer contato anterior com a história real do caso por outros meios, você é levado a acreditar que toda a história do Henri foi uma grande emboscada, em que ele tinha sua parte de culpa, mas não era o assassino. De início achei que ela tava criando uma metáfora para as famosas ?vozes ocultas? dos assassinos (grande parte dos assassinos em série joga a história da ?voz interior?), mas não. Ele jogou toda uma história para a situação da primeira guerra mundial e questões políticas.
Não é errado você criar uma história ficcional sobre a guerra. Mas criar uma história ficcional sobre um assassino em série colocando ele como um mero fantoche de uma outra pessoa é falta total de senso. E as vítimas desse cara? E os parentes dessa vítima? Eles tem que ler uma história que ?embeleza? o assassino? Isso é justo?
Ao final do livro tem uma nota explicando o caso e que ele se baseou nas informações sobre o caso, criando sua própria versão. Bom avisar, mas quantas pessoas pulam essa nota final? E de novo, o quão honesto é criar uma versão em que tira a culpa de um assassino? Não existem provas que comprovem o que ele criou. Sim, o período era favorável para crimes ficarem em aberto, mas isso não é uma oportunidade para criar uma versão assim. Isso é função de investigadores e não do autor.
Queria realmente ter uma experiência melhor com esse livro, porque estava bem empolgada em ler esse livro depois de ter lido relatos do caso em outros livros.