Este trabalho do Coletivo de Estudos de Política Educacional, visa a oferecer ao leitor nexos entre temas que vêm sendo apresentados pelos governantes e pela mídia como aparentemente independentes. Propõe-se também a demonstrar que a reforma universitária brasileira já está em curso desde os governos Collor e FHC, e que o momento atual constitui o passo decisivo para sua implantação definitiva. Kátia Regina de S. Lima procura situar a reforma universitária no movimento da reforma do Estado brasileiro, implementada a partir de 1995. Angela C. de Siqueira traz elementos qu nos permitem compreender a reforma universitária no conjunto das estrátegias atuais dos organismos internacionais para a periferia do capitalismo. Marcos M. de Oliveira faz breve análise sobre a política científica do atual governo, destacando que a ortodoxia macroeconômica continua a pôr em risco a capacidade do Brasil de se inserir soberanamente no cenário internacional. André S. Martins e Lúcia Maria W. Neves procuram alertar para os objetivos que levam o atual governo a reeditar um tema permanente na agenda política desde os anos de 1980, bem como para seu papel na atual reforma universitária. A entrada definitiva do país no processo de mundialização da educação superior é realçada por Angela C. de Siqueira, que evidencia a implementação das mesmas diretrizes político-educacionais em formações sociais historicamente distintas (as experiências chinesa e chilena). Por fi, em entrevista ao Coletivo, Carlos Gonçalves Lucas, presidente do ANDES-SN, apresenta à sociedade de reforma universitária com conteúdo e forma distintos da apresentada pelos governos a partir do anos 1980.