Reinvenção da intimidade

Reinvenção da intimidade Christian Dunker


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Reinvenção da intimidade (Coleção Exit)


políticas do sofrimento cotidiano




Segundo o autor, Reinvenção da intimidade: políticas do sofrimento cotidiano é "uma investigação sobre as formas de amor, sobre suas interveniências políticas, sobre a possibilidade de ficar junto e separado". Esse é o pano de fundo para um cuidadoso trabalho de reflexão psicanalítica sobre a experiência de sofrimento própria da vida contemporânea. Solidão, melancolia, luto, ciúme, paixão, ódio, ressentimento, depressão, compaixão, vergonha são alguns desses sofrimentos que se expressam através de figuras como mães neuróticas, jovens revolucionários, casais, ex-casais, amantes, pais separados, nem-nens, esquerdistas, neoliberais – enfim, papéis da subjetividade nos quais ora nos reconhecemos, ora reconhecemos outros à nossa volta.

Com uma história de 26 anos de clínica e reflexão, Christian Dunker examina de que maneira nossos sintomas psíquicos se relacionam com processos de individualização próprios da vida contemporânea. O texto evita o jargão de especialistas, articulando conceitos da psicanálise de forma clara e capaz de sensibilizar o público geral, sem abrir mão da precisão conceitual. Casos, situações e regularidades clínicas reconstituem o caleidoscópio incerto que define as relações humanas contemporâneas.

O argumento do autor tem como premissa implícita a ideia de que o sofrimento, embora vivido no sujeito, requer e propaga uma política. Ou seja, a forma como contamos, justificamos e partilhamos nosso sofrimento está submetida a uma dinâmica de poder. O poder é gerado por quem pode reconhecer o sofrimento e de quem esperamos legitimidade, dignidade ou atenção – seja esse alguém o Estado, um médico, um padre ou policial, ou ainda aqueles com quem compartilhamos a vida cotidiana, e mais ainda aqueles que amamos. As políticas do sofrimento cotidiano incluem, portanto, nossas escolhas diante desses agentes de poder, as maneiras de transformar nosso entorno ou a nós mesmos, as possibilidades de externalizar ou internalizar, construir ou desconstruir afetos, entre outros.

Ao longo do livro, Dunker dá forma a essas ideias abstratas por meio do que há de mais cotidiano em nossa contemporaneidade: tendências à hipersocialização, disposição a ficar permanentemente conectado, impotência para construir situações de real solidão ou intimidade.

Não-ficção / Política / Psicologia

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on 19/7/20


Um apanhado filosófico, sociólogico e Psicanalítico sobre os afetos, os sofrimentos contemporâneos e a política relacional dos sujeitos. O livro divide-se em oito tópicos exploratórios da condição humana frente à sua singularidade e à demanda social, enquanto Dunker realiza críticas pertinentes sobre as políticas dispostas pelo Outro e as formas atuais de vivenciar o mal-estar.... leia mais

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