Ele olhava para o nada, a boca em sangue, o peito, a farda, a mão com o marlboro amassado, chegando ao filtro. Pneus cantaram, mais tiros, estilhaços de vidros, até que um silêncio mormacento tomou conta de tudo. Restou fumaça e aquele cheiro de sangue e pólvora, uma ardência indefinida tomando conta dos ossos. Senti meu braço dormente e vi que estava baleado. Ouvi vozes num alarido confuso. Levantei com dificuldade, peguei o rosto de Romeu.
Porra, cara! Dá para falar comigo? Dá para dizer que é mentira?
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