Elimar.Bezerra 05/10/2020
Simples, mas objetivo
Wagner Travassos é um brasileiro corretor de imóveis que após perceber o rumo que sua vida estava tomando resolveu aplicar o minimalismo em sua vida (a ideia do menos é mais). Em sua experiência na profissão visitou centenas de residências ao longo dos anos que o levaram a pensar na dualidade do ser humano e em como nos habituamos a tudo o que é bom e a tudo o que é ruim. O hábito, segundo ele, forma a excelência ou a destruição. O autor traz um conceito oriental importante: DANSHARI, que é a consciência de viver com o que precisa, abandonar hábitos compulsivos e desapegar de coisas que não fazem mais sentido na vida. É um livro bem pequeno, no entanto, o autor consegue em pouquíssimas páginas tratar sobre o consumismo e estilo de vida voltado ao simples com propriedade.
*Citações:
1) “O consumo em si não é mal. O problema é quando ele se torna patológico. O consumismo, que seria o lado negro da força‟ nesta dualidade, gera adultos infelizes. Gera pessoas que buscam alegria na próxima aquisição, na nova posse, no ter, no possuir. O problema é que essa euforia passa rapidamente. Daí, parte-se em busca de uma nova aquisição, para termos novamente aquele pico de uma pseudo alegria que nos torna constantemente infelizes. É como se trocássemos a joia preciosa da felicidade genuína (relacionamentos, propósito, experiências), pela joia de vidro do consumismo (caos financeiro, desvios Casa Minimalista, psicológicos, comparações, inveja, dificuldades de relacionamento, etc).
2) “Quando chegamos a esta breve conclusão, na minha perspectiva, quer dizer que o objeto adquirido já nos "atacou", já nos agarrou pelo pescoço e começa a estrangular um bocadinho de cada vez... por exemplo, um belo tapete, que custou os olhos da cara, começa a estabelecer regras na casa na pessoa que o adquiriu, ou seja, não se pode pisar porque estraga, não se pode comer perto dele porque se cai qualquer coisa em cima dele faz nódoa, tem de se mandar limpar numa empresa adequada, enfim, um sem número de regras que passa a haver por causa do Sr. Tapetinho... isto parece parvo não é? mas não podia ser mais real... para não falar de sofás, aparelhos domésticos caríssimos e por sinal complicadíssimos de trabalhar, que nos fazem passar do papel de proprietários para o papel de súbditos ou vassalos.”