Os mais belos contos de fadas tchecos

Os mais belos contos de fadas tchecos



Resenhas - Os mais belos contos de fadas tchecos


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Henrique Fendrich 04/10/2021

Livro valioso de uma coleção valiosa que bem valia a pena resgatar.

São 17 contos de fada tradicionais de origem tcheca, sem autoria citada (mas eu suspeito que façam parte dos resgates folclóricos de Božena Němcová e de Karel Jaromír Erben).

Então são aquelas históricas mágicas que envolvem reis, príncipes e donzelas, além de fadas, bruxas e demônios, nas quais não há limites para o possível, os destinos podem ser mudados e a própria morte não é definitiva (sempre há algum rito de ressurreição, às vezes bastando uma "poção da vida"), e tudo isso é conjugado de forma a reforçar uma certa moral em que os virtuosos são premiados e os invejosos, malvados e perversos são condenados no fim da história.

É interessante como boa parte dessa histórias não segue um roteiro linear, mas vai de magia em magia. Assim é que "O pássaro de fogo" começa com uma macieira que dava maçãs de ouro, mas logo começam a sumir as maçãs, e aí se descobre que o ladrão é um pássaro de ouro, e aí o rei quer esse pássaro para si, e aí um dos filhos vai atrás, e aí encontra uma raposa que fala, e aí ele consegue o pássaro num castelo, mas precisa dar em troca um cavalo com crinas de ouro, e aí ele segue em busca desse cavalo... e assim por diante!

Não consigo precisar o que exatamente há de tcheco nesses contos, distinguindo-o dos contos de fada de outras nacionalidades, além de uma certa princesa Zlatovlaska, que, traduzido, nada mais é do que Cachinhos Dourados. Essa Zlatovlaska aparece em dois contos, justamente "O pássaro de fogo" e depois "A princesa da cabeleira de ouro", e em ambas um herói precisa distingui-las no meio de várias outras irmãs e só consegue porque teve a ajuda providencial de uma mosca. São então versões de uma mesma história.

O conto que mais gostei é "Os três fios de cabelo do velho Sabe-Tudo". Esse velho Sabe-Tudo nada mais é do que o próprio Sol. Um rei espertalhão queria impedir que o simples filho de um carvoeiro se casasse com a sua filha, até que, depois de vários sucessos, os dois se casam, e então o rei diz que só vai aceitar esse casamento se conseguir os tais três fios de cabelo do velho Sabe-Tudo. Acontecem muitas outras coisas no caminho do personagem, com ele sempre ajudando os que encontra, e o conto termina muito bem, até de forma engraçada, com o rei, cego pela ambição, sendo obrigado a substituir um barqueiro.

Vale a pena fazer essas viagens pela imaginação de vez em quando.
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