Resenhas - Superinteressante 361

z..... 29/06/2016

A matéria de capa estimula em nós uma estranha curiosidade pelo mórbido e excêntrico. Coisa em paralelo ao que foi no passado o circo de horrores. A maioria dos casos citados não tem necessariamente essa caracterização, mas são igualmente provocativos ao interesse alheio (espertinha hein, Superinteressante! e nós, seres modernos, na mesma disposição de outros tempos condenáveis.... mas vamos atenuar dizendo que nosso olhar é apenas pela informação nesse mundo globalizado, onde as coisas estão cada vez mais próximas).
Entre os casos citados nunca tinha ouvido sobre Síndrome da Autofermentação (vixi! a pessoa não pode ingerir muito carboidrato pois fica porre!); na Fibroplasia Ossificante a pessoa vai formando novos ossos que vão lhe prejudicando (uma vez assisti um doc que dizia que elas tem corpo mais frágil e devem estar atentas para lesões, ainda que pequenas, pois o organismo regenerava os danos com tecido ósseo); Urticária Aquagênica é uma das piores, pois a pessoa tem alergia à água e não pode nem suar (ai! maldade minha em lembrar nessa hora do rala e rola naquela tal música do fio de cabelo); e aquela sofre o homem-árvore já tinha visto em um doc também, mas o paciente citado que ficou conhecido mundialmente era um indonésio chamado Dede (busquei a net e descobri que ele morreu esse ano). Algumas coisas tive que ver em imagens extras (o ciclista com a Síndrome MDM) e outras precisava ver em vídeo - o caso da mulher com excitação rotineira (ai! maldade minha de novo! a mulher tem uma cara de sa... parecendo gostar de outra coisa...ai! muita maldade minha! a situação é difícil mesmo). A reportagem tem esse naipe e diz aí se não é só para estimular a curiosidade esdrúxula. Fique a certeza que não é brincadeira e geram sofrimentos aos portadores.

Me amarro quando a Super traz um olhar sobre as guerras em histórias desconhecidas, contadas em pequenos detalhes. Assim foi na reportagem "A bomba atômica de Hitler", que aborda a estratégia dos Aliados para brecar as pesquisas do facínora para construir a bomba atômica, em uma missão de grande roteiro para um filmaço (será que já tem?). No final das contas (divagação) a bomba ficou na mão de facínoras também (precisava mesmo ser usada? só por interesses escusos e desumanos...).

Rapaz! Ambientalmente falando, que novidade essa de uma grande barreira de corais na foz do Amazonas, em águas turvas e pouco conhecidas - pena que foi uma nota sem maiores detalhes (taí um assunto que a Super poderia explorar, outro seria o rio Hamza, ambos da Amazônia). Vixi! Parece que aquele golfinho baiji, no rio Yangtzé, foi extinto (coisa da nossa modernidade destruidora em todo canto, que digam os botos daqui, que já estão ameaçados também).

A edição tem dois textos bastante otimistas em circunstâncias avessas a isso: o editorial da revista (KKK! também leio em toda edição e este tem um humor estimulante, originalmente para ler a revista né, mas também é algo para se ter como visão diária) e a seção essencial, que fala sobre os rumos do Brasil politicamente e deixa em destaque que o povo deve ser o agente para mudanças, provocando esses políticos em fazer algo (bando de boa vida, horrivelmente, vergonhosamente e escandalosamente os mais caros do mundo às nossas custas). Eu não me fio em nenhum, nem sendo otimista (enquanto houver essas leis casuístas a bandalheira acompanha, pois a lei terá várias caras e escolhe-se a mais conveniente... é o que fazem).
Já que a palavra é otimismo queria dar uma conferida no livro de sugestão: "O viés otimista", da psicóloga israelense Tali Sharot, que diz que todo ser humano é essencialmente otimista (brincadeira a parte, lembrei da HQ "A piada mortal", onde o Coringa é pessimista e diz que todo ser humano é interesseiro e louco, vivendo por conveniências, e só precisa de estímulo que ele chama de "dia ruim" para aflorar o lado negro e doido - psicopatia total). Gostaria de ler o livro da Sharot.

Tem outras coisas que gostei na revista, mas paro aqui.