Aventuras na História Nº 162 (Dezembro de 2016)

Aventuras na História Nº 162 (Dezembro de 2016)



Resenhas - Aventuras na História Nº 162 (Dezembro de 2016)


1 encontrados | exibindo 1 a 1


z..... 10/12/2016

A vida do Francisco de Assis é interessante no âmbito social, antropológico e espiritual. Nesses aspectos é inspiradora para toda humanidade (excluindo-se as doutrinas romanas idólatras).
O que chamou minha atenção foi o jogo de interesses que rege muitas coisas, como a igreja naqueles tempos e, em termos gerais, também hoje, quando assentados em doutrinas de homens. Francisco buscou inspirações nas raízes do evangelho, disseminando o amor fraternal, sem a projeção de interesses egoístas. Sabe o que surpreende? É que essa caracterização de amor era rejeitada na prática pelos líderes religiosos, mesmo baseada no evangelho, pois viviam em busca de vantagens pessoais e poder. Por conta disso inventaram a inquisição para policiar o que fosse contrário. Outros se levantaram antes de Francisco, no próprio catolicismo, mas foram excomungados e condenados (como o Pedro Valdo), com as mesmas disposições de desapego ao material e atenção ao amor fraterno indistintamente. Francisco poderia ter o mesmo fim, mas declarou-se adepto e submisso às autoridades romanas, que com o passar do tempo, como muitos exemplos que existem, tratou de obter vantagens na popularidade alcançada por ele.
Acredito no homem e em sua benevolência, que é seu diferencial, mas algumas coisas se criaram de forma mítica, como as chagas, o falar com animais e até a famosa oração que é atribuída a ele. Vá lá em inspiração, mas não em autoria.
Será que deu para notar o jogo de interesses? Tem muito disso: Joana D'Arc, Padre Cícero, São Dênis (já viram a imagem tenebrosa e sua história?), Guinefort (apesar de ser apenas folclórico, mas ainda assim existe movimento ao seu redor), etc. Jogo de interesses... Interesses. Não duvido que se fortaleça em figuras como Jararaca (cangaceiro do bando de Lampião morto em Mossoró) e outras coisas estapafúrdias. Dão ao povo o que querem e necessariamente não vem de inspirações bíblicas. Ora, anunciem a Palavra de Deus, como comissionou Jesus a seus discípulos. Mas os homens preferem desviar o caminho para um acordo mais fácil com homens, rejeitando na prática um real compromisso com Deus.
Eita! Fui escrevendo... Voltando ao Francisco, como falei, a essência fraternal é inspiradora.
Um outro episódio interessante foi a diplomacia, como no encontro com o sultão no Egito. Em termos sociais é um bom exemplo a condução do encontro por ele e pelo sultão.
Enfim, essas coisas se fazem notar na reportagem. Gostei, é elucidativa e estimula visão crítica em algumas coisas.

As demais reportagens não foram impactantes como a da capa.

Falando em interesses e vantagens, é um texto curioso o que fala de Victor Lustig (um trambiqueiro do início do século passado), que aprontou das suas pelo mundo, como a venda da Torre Eiffel e até um golpe no famigerado Al Capone.

Outra coisa que foi instigante referiu-se a um pequeno estudo das origens de expressões como "Por favor" e "Obrigado". Que interessantes as referências ao segundo termo! Na nossa língua é como um reconhecimento obrigatório ao benevolente, mas no francês (merci) é mais poético, evocando misericórdia a nós estendida. Agora as expressões em espanhol e italiano (gracias e grazie) são mais bonitas, como ações de graças. Legal isso!
comentários(0)comente



1 encontrados | exibindo 1 a 1


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR