Resenhas - O centenário da chegada dos evangélicos no Amapá: 1917 - 2017

><'',º> 06/02/2017

"Com o presente trabalho, propomo-nos a demonstrar como os evangélicos, por meio do Movimento Protestante Pentecostal, chegaram ao hoje Estado do Amapá.

Apesar de nosso alvo ser exatamente a chegada e instalação do citado movimento, para facilitar a compreensão do assunto, fomos buscar a origem do termo pentecostalismo na religião e cultura judaicas. Explicaremos como o Cristianismo absorveu este elemento cultural judeu e como tal elemento, denominado Movimento Pentecostal Clássico, transformou-se em um dos pilares da religião cristã.

Traçamos, também, um conciso roteiro histórico do Cristianismo - de Cristo até a Reforma – e desta até a instalação da religião no continente americano. Destacamos, ainda, como o denominado Movimento Pentecostal Moderno surgiu nos Estados Unidos.

Depois, abordamos a chegada do Movimento Pentecostal Moderno ao Brasil, em Belém do Pará e, em seguida, expomos como chegou e se instalou no Amapá.

Este estudo, quando se propôs a buscar a origem do pentecostalismo na cultura hebraica e traçou a caminhada histórica de lá até ao Amapá, no início do século XX teve por escopo revisitar o tema, bastante trabalhado como demonstra sua bibliografia, mas de forma diferenciada, pois em nível de historiografia amapaense, existe um déficit teórico sobre tal tema, em todos os aspectos.

Outro dado, é que este livro, levando-se em consideração os ensinamentos de Umberto ECO (1998, p. 03), possui uma estrutura mista, ou seja, em seus primeiros tópicos, ele é uma monografia de compilação, pois foi buscar na literatura especializada, as principais informações sobre o tema; é, também, de pesquisa, porque alguns capítulos são fundamentados na principal bibliografia do trabalho que é o livro História das Assembléias de Deus no Amapá, também de nossa autoria que, durante mais de duas décadas, estamos coletando dados sobre o protestantismo no Amapá."

PR. BESALIEL RODRIGUES (No Prólogo do livro)

z..... 10/02/2017

Conforme termo referenciado no prefácio e apresentações que acompanhei, é um opúsculo introdutório às publicações em comemoração ao centenário da chegada dos evangélicos no Amapá. Fato iniciado com a vinda dos missionários assembleianos, que aportaram nessa terra em 1916 (Clímaco Bueno Aza) e fundaram a primeira igreja evangélica amapaense em 1917 (Assembleia de Deus, com José de Matos Caravela).

A obra é sucinta, tem menos de 50 páginas, foi lançada oficialmente em 24/01/17 (em um culto de terça-feira no templo central da AD A Pioneira) e tem conteúdo muito interessante. As informações tratam da representatividade, contexto de época, inspirações e origens do movimento pentecostal até chegar ao Amapá. Vemos o resgate histórico do pentecostalismo em seu significado na cultura judaica, analisando-se também a percepção correlacionada que passou a ter no início da igreja cristã e o crescimento através dos tempos. Destaque ao movimento pentecostal estaduninense no início do século 20, que inspirou a formação da igreja Evangélica Assembleia de Deus, como congregação, em 1911.

Esse olhar é interessante para perceber as motivações que trouxeram os evangélicos ao Amapá, iniciando nessa terra uma obra importante e valorosa que comemora agora seu centenário.

O autor tece considerações que chamam a atenção sobre o movimento pentecostal. Segundo a análise, o termo pentecostes remete à cultura judaica e talvez não seja o mais apropriado para definir o derramamento do Espírito Santo relatado na formação da igreja no livro de Atos dos Apóstolos. O termo se associou por estar sendo celebrado naquele momento a festa do pentecostes judaico, comemorado cinquenta dias após a Páscoa. A observação é de tentar facilitar o entendimento ao leitor no significado pentecostal, porém, faltou uma ênfase ao que seria mais adequado em termos de nomenclatura.

Gostei especialmente do capítulo 9, que descreve a chegada do missionário Clímaco em Macapá com detalhes que não conhecia. Descoberta interessante saber da conversão e apoio que recebeu do morador local Fausto, o primeiro evangélico da terra. A questão da rejeição ao missionário e prisão arbitrária que sofreu também é investigada em um contexto social e jurídico que existiu entre as constituições de 1824 e 1891.

Outro ponto de destaque é a linha do tempo com a história centenária da Assembleia de Deus. Acredito que é algo que ainda está em pesquisa e enriquecimento, podendo ser ampliada ou feita alguma correção, como talvez a data precisa da queda do primeiro templo da igreja.

Por essas e outras é uma obra valorosa para estudos.