Resenhas - Asa Branca - A inteligência a serviço do Cangaço

Adriana Scarpin 22/10/2022

Em honra de um dos grandes cordelistas brasileiros Gonçalo Ferreira da Silva (1937 - 2022).
Mais uma aguda visualização de Gonçalo na forma de cansaço, nos idos em que ele ainda estava nascendo.



site: http://docvirt.com/docreader.net/DocReader.aspx?bib=cordelfcrb&pagfis=43589

z..... 19/02/2018

O bando de Lampião teve dezenas de cabras e todos tinham nomes de guerra dados pelo famoso cangaceiro. Asa Branca foi um deles, tema desse cordel, onde podemos visualizar algo do universo sertanejo rico em histórias, sejam míticas ou reais.
A entrada dele no cangaço ilustra um dos fatores atrativos para jovens: a busca de refúgio e proteção contra vinganças recorrentes no sertão. O paraibano Antônio Tavares ficou órfão ainda menino, quando seu pai foi assassinado, e aos 13 anos se vingou do assassino. Essa é sua origem cangaceira.
Talvez por ser muito jovem, e provavelmente cuidadoso entre aqueles experientes e sanguinários cangaceiros, recebeu a respectiva alcunha e, assim, a tal inteligência relatada no cordel. A obra o aponta como alguém agradável, que contava causos e lia cordéis.
De real, participou das incursões da bandidagem, como no malfadado ataque a Mossoró em 1927, onde o bando foi rechaçado. Foi preso, puxou mais de 10 anos de cadeia e viveu até 1981. Pode ser considerado sortudo por ter oportunidade de recomeço e, principalmente, não ter tido sua cabeça cortada quando caiu nas mãos da polícia, ou ainda não ter sido barbaramente morto, como aconteceu com Jararaca, aprisionado no ataque a Mossoró, em que foi enterrado vivo.

Enfim. Cordel curtinho que serviu para conhecer um pouco de mais um dos cangaceiros do bando de Lampião. Achei o começo legal, a narrativa tem ares de visão histórica, mas o final é um pouco atropelado e sucinto demais na descrição. Acredito que caberia um direcionamento em mensagem, que seria enriquecedora ao cordel.